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40. Amor e Ódio

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Sibelly olhava para o céu e via um cenário de horror e entregava-se a morte lentamente e pedia desculpas ao Leste por não ter conseguido protegê-lo por mais tempo.

Passos rápidos eram ouvidos na floresta e uma explosão de luz vinha em seguida e todas as criaturas colocavam suas mãos nos olhos pois tinham perdido suas visões com a forte luz. Em seguida tinham todos os seus corpos explodidos por um ataque mortal de Daeny.

— Levantem-se guardiãs! Vocês precisam proteger o Leste! — Alertava Daeny que criava uma grande barreira de energia amarela que começava a curar os ferimentos das guardiãs.

Enquanto vocês tiverem dentro desta barreira, os ferimentos de vocês serão curados, mas não tão rápido. Minhas habilidades em cura são limitadas, não tenho como acelerar isso.

— Eu não sei quem é você, mas obrigada por nos ajudar. — Sibelly agradecia

— Eu vim do Oeste, meu nome é Daeny, mas vamos esquecer as apresentações. — Daeny percebia que tinha uma energia diferente espalhada por todo o Leste.

— Esta energia...

— Qual energia? — Perguntava Sibelly

— Vocês não conseguem ver? Há muitas partículas de baixa densidade espalhada pelo Leste, esta energia é do caos. É como se o Leste inteiro já tivesse sido destruído antes, mas como isso seria possível?

— A usuária do caos, guardiã do Oeste destruiu tudo anteriormente, mas Jasminy tinha colocado ela em um loop antes dela causar a destruição de tudo. Jasminy voltou a um ponto antes da explosão do Leste. — Explicava Sibelly

— Fascinante! Eu preciso ir agora, continuem dentro desta barreira e logo estarão completamente curadas. Preciso observar e estudar estas partículas, elas parecem não estarem ativas, mas se forem ativas novamente, vocês não terão Jasminy pra salvar vocês uma segunda vez. As criaturas invasoras não são o real perigo para o Leste, mas sim esta energia obscura!

Daeny começava a correr em rumo desconhecido até que sumia completamente da vista de Sibelly.

Enquanto isso, Sulh estava em frente de Witc com as mãos na cabeça lutando pra não ter a mente controlada novamente por Lenny. Percebendo o sofrimento de Sulh, Witc via uma deusa atrás dela. Uma deusa bonita, cabelos longos e vermelhos, um rosto sereno e atraente, a deusa tinham um bebê em seus braços, este bebê era Sulh, o bebê fazia tudo o que a deusa pedia e a deusa abençoava o bebê.

Os cabelos do bebê estavam ligados aos cabelos da deusa e Witc entendia que a deusa era a responsável por manipular Sulh.

— Maldita deusa! Maldita seja você por brincar com a vida e os sentimentos das pessoas! Maldita seja você por ampliar a dor de pessoas inocentes! — Witc falava enquanto sua raiva aumentava.

A deusa notava que Witc tinha conseguido vê-la, ela ficava surpresa pois nem Sulh tinha conseguido perceber a presença da deusa.

— Garoto alquimista, você consegue ver os deuses sem usar seu poder para isso, estou surpresa com você. Ela é a sua amada, eu sinto o amor puro em seu coração por ela. Não houve nenhum momento que ela não tenha pensado em você, o seu nome é um fantasma na cabeça dela, quando ela respira, ela sente você, ela quer sentir você novamente nos braços dela, ela quer amar você intensamente, ela não quer mais chorar por sua ausência, tudo o que ela quer agora é ter você abraçando-a, veja:

A deusa mostrava que Sulh estava sempre chorando e sofrendo por Witc, mas ela através de seu poder conseguia esconder a tristeza em seu rosto e as lágrimas que constantemente caíam.

— Você não merece o amor dela Witc! Você a fez sofrer todo esse tempo ao lembrar de suas palavras impensadas, veja:

A deusa novamente mostrava o passado para Witc, ela mostrava o que ele tinha dito a Sulh na floresta gêmea...

— “Você acha que se entregar para alguém é prova de amor? Você nunca me amou o quanto você falava!”

Depois disso ela mostrava Sulh chorando sozinha dentro da floresta, ela estava inconsolável, mas mesmo assim mantinha todo o amor que sentia por ele.

Ao ver tudo o que a deusa tinha mostrado, uma grande tristeza tomava de conta do coração de Witc deixando o emocional dele abalado.

— Não ouça o que ela está te dizendo Witc. É isso o que ela quer de nós, nos enfraquecer. — Falava Sulh

A deusa ao se manifestar para Witc revelava a si mesma para Sulh que continuava sob o controle dela.

— Witc, eu tenho um pedido a te fazer. Por favor, me mate enquanto eu posso ser eu mesma.

— O que? Eu não posso matar quem eu amo! — Respondia Witc

— Witc se você não acabar comigo enquanto eu tenho minha consciência, centenas de pessoas poderão pagar um preço alto por causa disso. Eu sou apenas uma vida, uma vida por todos, mas nunca todas as vidas por uma. Faça isso rápido enquanto...

— Sulh? — Witc notava que o semblante de Sulh mudava totalmente.

— O amor é lindo, mas é uma fraqueza! — Sorria a deusa que controlava Sulh

— Por favor, liberte ela! Eu troco minha vida pela dela, vamos, me controle! Me mate no lugar dela, mas deixe ela livre, deixe ela viver os sonhos dela. — Witc pedia para a deusa

— Tão romântico e admirável! Que proposta tentadora! Imagine o que eu não poderia fazer com seus poderes de alquimia. Mas, eu não gosto de alquimistas! Você deveria ter ouvido o que sua amada lhe pediu antes. — A deusa sumia e diante de Witc ficava apenas Sulh.

— Sulh?

— Você é uma ameaça para o mundo, príncipe dos 4 elementos! — Sulh criava uma esfera negra de onde emanava uma energia tão poderosa que os elementos em volta começavam a ficar abalados.

— Que poder monstruoso é esse? — Witc ficava admirado. — Se esse poder explodir aqui muitas pessoas morrerão, não consigo calcular os danos que isso causaria! Preciso fazer alguma coisa, posso sentir muitas pessoas machucadas aqui por perto de lutas anteriores, a mente de Sulh está totalmente modificada por aquela deusa. Eu não queria lutar...

Enquanto Witc planejava o que iria fazer, Sulh expandia ainda mais seu poder deixando-o cada vez mais potente.

— Eu já disse, você é uma ameaça para o mundo, príncipe dos 4 elementos! — Sulh alertou mais uma vez, enquanto a esfera negra em suas mãos pulsava com uma energia caótica. O ar ao redor distorcia-se, as árvores murchavam e as pedras se desfaziam em poeira, como se a própria realidade estivesse sucumbindo à sua vontade.

Witc observava com uma dor profunda no coração. Ele sabia que essa não era a verdadeira Sulh, mas a deusa que manipulava sua mente. A mulher que ele amava estava presa em algum lugar dentro desse caos destrutivo, e ele precisava trazê-la de volta. Ainda assim, as rajadas de poder que ela emanava não lhe davam escolha: ele tinha que agir.

— Eu não posso lutar contra você, Sulh. — A voz de Witc era firme, mas carregada de desespero. Ele levantou as mãos, criando um círculo alquímico brilhante para desviar o ataque massivo que se aproximava. A esfera negra colidiu com sua barreira, criando uma onda de choque que o lançou para trás.

Enquanto voava pelo campo de batalha, seu corpo girando pelo impacto, ele ouviu Sulh gritar:

— Você é um covarde, Witc! — Sua voz oscilava entre o ódio e o amor, carregada de uma dualidade que dilacerava o coração de Witc. — Como você ousa me subestimar? Lute, ou eu te destruirei!

Witc pousou com dificuldade, seus joelhos batendo no chão. Seu corpo já começava a sentir os efeitos das explosões de energia que ele desviava, mas não podia revidar. Em sua mente, ele ainda a via: a Sulh que riu com ele, que o abraçou, que prometeu estar ao seu lado.

— Eu não vou machucar você, Sulh! — gritou ele, levantando-se com esforço. Seus olhos fixaram-se nos dela, procurando alguma faísca de quem ela costumava ser. — Por favor, lute contra isso! Eu sei que você está aí dentro.

Sulh hesitou por um breve momento, e sua mão tremeu. A esfera de caos oscilou em intensidade. Algo nos olhos dela suavizou, e por um segundo, Witc viu um vislumbre da mulher que amava. Mas então, o controle da deusa retornou com força total.

— Eu te odeio! — Sulh gritou, seus olhos ardendo com uma luz maligna. — Eu te amo, mas você é fraco! Ela lançou outra onda de caos em sua direção, desta vez ainda mais rápida.

Witc mal teve tempo de reagir. Ele criou um círculo alquímico em frente dele e pulou para trás dela, apenas escapando da destruição. Mesmo assim, a energia da explosão o atingiu de raspão, queimando sua pele e fazendo seu sangue escorrer.

— Eu não vou parar! — Sulh chorava agora, seu rosto distorcido entre o amor e a fúria. — Você vai morrer, e eu vou... eu vou... Sua voz falhou, como se a deusa estivesse lutando para manter o controle.

Witc percebeu que precisava de uma nova estratégia. Ele não podia simplesmente desviar para sempre. Cada golpe que ele evitava o enfraquecia, e cada explosão o aproximava da morte. Mas ele sabia que tinha que continuar. Ele não podia machucar Sulh.

— Eu te amo, Sulh. — Sua voz era um sussurro enquanto ele erguia outra barreira, segurando as lágrimas. Eu vou te trazer de volta.

A batalha continuava, mas Witc já sabia: ele não estava lutando contra Sulh, estava lutando para salvá-la.

>> 41 - Feridas abertas
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