01 - Prólogo

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Em uma era onde Reis e Rainhas governavam seu povo e ditavam suas leis, uma jovem Princesa lutava para ter o controle de sua própria vida, fazer as coisas que gosta, ser ela mesma em vez de ser o que os outros desejam. Não seria fácil lutar contra a coroa e mesmo tendo subordinados ao seu alcance ela não poderia contar com aqueles que obedecem ao Rei e a Rainha acima da autoridade da Princesa, ela precisava lutar sozinha por muito tempo para alcançar sua própria liberdade e ser reconhecida não como mais uma Princesa, mas como ela mesma.

Era noite, os subordinados do Rei preparavam a mesa para janta noturna e tudo tinha que ser muito bem caprichado e perfeito para aquela ocasião, o Rei pediu que chamasse sua esposa Coldrina e sua filha Evelyn, a Princesa de gelo para acompanha-lo a mesa.

A mesa do Rei era farta, muitas frutas e comidas exóticas, vinho tinto do melhor, haviam louças de prata e ouro que reluzia com a luz do lustre que iluminava o local, a coberta da mesa era de lã carmesim com tons de ouro em suas bordas, cadeiras com pedras de diamantes, pratos de porcelana azul-marinho que representava o frio daquele lugar. O castelo do cisne era localizado na parte mais fria da Alemanha com uma montanha coberta de gelo por trás do castelo, com uma ponte de pedra ao final da floresta que conduzia até o castelo e um rio que passava por baixo da ponte.

Era comum ver cisnes no rio ao final do dia com suas parceiras e danças românticas, ao chegar da noite era possível ver a aurora boreal com seus tons de cores embelezando os céus, cenário perfeito para os apaixonados. Céu estrelado, pequenos astros caindo desenhando no céu com seu rastro de luz, apesar de ser uma morada paradisíaca, a família do Rei Icehit não era uma realeza imune a problemas, a opiniões, e naquela noite os alicerces daquela família ficariam abalados para sempre.

Icehit: Copeiro você viu Vossa Princesa pelo castelo?

Copeiro: A vi agora pouco sobre a ponte do castelo, Majestade.

Icehit: Você poderia chama-la para nossa janta noturna?

Copeiro: Farei isso agora mesmo, Majestade.

Icehit: Por favor, chama Vossa Rainha também.

Copeiro: Sim, Majestade.

Um dos copeiros do Rei Icehit caminhava em direção a ponte do castelo onde a Princesa estava parada olhando para o céu encostada no muro baixo da ponte.

Copeiro: Com sua licença Princesa Evelyn, Vosso Rei a chama para a janta da realeza. – Reverenciava a princesa de gelo.

Evelyn: Você sabe que eu não gosto de se tratada assim com tantas formalidades.

Copeiro: Mas você é a Princesa e deve ser tratada como tal, se o Rei me ver tratando-a informalmente, com certeza serei punido por desrespeito.

Evelyn: Quem deve se sentir desrespeitada sou eu e não meu pai, o tratamento não é para ele e sim para mim. Diga a meu pai que estou indo jantar com ele.

Copeiro: Sim, Princesa.

O copeiro agora voltava para a parte interna do castelo e procurava pela Rainha no grande salão, mas não a encontrou então avistou uma das criadas da Rainha e perguntou pela Rainha para ela.

Copeiro: Boa noite, você viu a Rainha Coldrina?

Criada: A Rainha está em seu leito descansando um pouco.

Copeiro: Você poderia chama-la? O Rei solicita a presença dela na sala de janta para acompanha-lo junto da Princesa.

Criada: Sim, irei chama-la e informar que o Rei solicita a presença dela.

Copeiro: Obrigado. Com licença. – Se retirando da presença da criada.

Ao voltar até o Rei ele informa que Vossa Rainha e Vossa Princesa estão a caminho da sala de janta.

Icehit: Obrigado, irei aguarda-las.

Em poucos minutos a Rainha Coldrina chega e senta-se à mesa perto de seu marido e mais atrás chega à filha deles, a Princesa Evelyn.

Evelyn: Boa noite Vossa Majestade, Rei e Rainha.

Coldrina: Boa noite Vossa Alteza

A Princesa senta-se a mesa do lado esquerdo da mãe, faz uma breve oração pessoal e espera ser servida pelas copeiras do reinado.

Icehit: Evelyn, amanhã irá iniciar as aulas de bons modos que são dadas as princesas, você irá viajar e ficará na escola real por 1 ano.

Evelyn: Pai, eu já disse que não irei viajar tão distante para aprender algo que eu já sei!

Icehit: Evelyn, eu não estou negociando com você, eu estou mandando você viajar e cumprir suas obrigações de Princesa.

Evelyn: As minhas obrigações estão aqui no castelo e não fora dele! Desculpe-me pai, mas não irei viajar.

Nesse momento o Rei levanta de sua cadeira e bate forte na mesa derrubando alguns pratos de porcelana e quebrando-os ao cair no chão.

Icehit: Você irá nem que eu precise amarrar você na carroça e arrasta-la até a escola real!

Ao ouvir o que o Rei falou Evelyn levanta-se da sua cadeira e responde ao Rei.

Evelyn: Eu nunca quis ser uma Princesa, eu nunca quis viver em um castelo chato rodeado de pessoas que são marionetes do Rei, eu nunca desejei formalidades, eu nunca desejei mandar em ninguém ou ter subordinados. O mundo já mudou pai, isso é antiquado! Enquanto eu ser uma Princesa isso será apenas um título que destrói toda a minha liberdade por conta de estatutos e leis morais antigas, eu tenho uma vida para ser vivida fora desses muros, mas não em uma escola real que só serve pra prender as pessoas a costumes ultrapassados!

Icehit aproxima-se de sua filha e dá um tapa no rosto dela. A Princesa cai no chão com lágrimas escorrendo por seu lindo rosto.

Icehit: Você é uma Princesa, comporte-se como tal! Vá para seu quarto e arrume suas coisas para a viagem que será amanhã cedo! O que você pensa sobre nossos costumes e hierarquia não está ao alcance do seu pensamento rebelde e infame.

Evelyn levantava-se, encarava seu pai e dizia...

Evelyn: Eu não irei e você nunca irá me convencer disso.

Icehit: SOLDADOS! Levem essa rebelde para passar a noite na masmorra escura e fria do castelo do cisne!

Coldrina: Não faça isso meu Rei, perdoe ela. Evelyn é jovem e ainda precisa controlar suas emoções.

Icehit: Cale a boca mulher! Ela irá aprender da pior forma como se comportar e falar diante de Vosso Rei. Levem-na daqui!

Os soldados do Rei agarravam a Princesa, mas ela tentava segurar-se na mesa para não ir. Então um dos soldados a chutou derrubando-a e arrastando-a para fora da sala de jantar.

Soldado 1: A princesinha de gelo conhecerá como é viver na masmorra. – Gargalhava

Soldado 2: Será se estupra-la seria crime? – Sorria olhando para as vestes da princesa

Soldado 3: Ela é prisioneira do Rei, não é crime puni-la. – Gargalhava

Evelyn: Malditos! Tirem as mãos de mim!

Os soldados levaram Evelyn até a masmorra e aprisionaram-na lá. A noite estava muito fria, a masmorra ficava perto das montanhas geladas. Enquanto ela olhava para a parte de baixo do castelo na masmorra seu rosto entristecido escorria lágrimas mais uma vez.

Evelyn: Um dia eu sairei daqui e eu irei fugir onde ninguém poderá me alcançar, nem mesmo meu pai.

Da capela do Rei, Naty ouviu os gritos da princesa enquanto ela era levada para a masmorra.

Naty: Evelyn, o que estão fazendo com você? – Pensava.

Naty começava a andar em direção a masmorra mas tomava cuidado para não ser pega pelos guardas do Rei.

02. A Fuga

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