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O sol poente logo iria tingir o céu de tons laranja sobre o reino do Leste, quando uma brisa gélida soprou vinda do Norte, trazendo consigo um presságio sombrio. As lendárias mensageiras da morte Nefertari e Néftis, temidas por seu domínio sobre essências letais, lançaram seu olhar sinistro em direção ao reino do Leste.

Dafny e Saryna, as guardiãs do Leste, sentiram a perturbação no ar. Ambas eram mestras em diferentes formas de combate corpo a corpo, média e longa distância, com habilidades únicas de velocidade com ataque, defesa e esquiva além de suas temidas espadas de gelo azul que eram capazes de conter diversos tipos de habilidades e um laço fraterno que se estendia além do sangue. Elas sabiam que uma ameaça se aproximava e se prepararam para enfrentar o inimigo desconhecido.

Enquanto a noite avançava, o céu começou a escurecer rapidamente, não por nuvens, mas pela presença nefasta das mensageiras da morte do Norte. Nefertari, com olhos tão gélidos quanto o gelo, emanava uma aura de morte, enquanto Néftis, de olhar penetrante, carregava consigo o dom de paralisar os sentidos.

Dafny ergueu sua espada de gelo, reluzindo à luz do sol poente, e olhou para Saryna, cujos olhos faiscavam com determinação. Juntas, avançaram para o campo de batalha, onde as irmãs do Norte já aguardavam, envoltas em uma névoa carregada de essências letais.

— Guardiãs do Leste. – a voz de Nefertari ecoou como o sussurro da morte. — Vocês não podem deter nossa fúria. Nossa essência dominará esta terra.

Saryna, com voz firme, respondeu: — Nós somos o escudo que protege este reino. Não permitiremos que suas trevas o consumam.

A batalha começou com um choque de poderes opostos. Nefertari e Néftis lançaram neblinas de essências mortais, enquanto Dafny e Saryna se moviam com agilidade, desviando-se habilmente dos ataques. O solo tremeu com a intensidade da luta, enquanto os céus testemunhavam o embate entre as guardiãs.

Néftis estendeu a mão e, com um gesto sutil, lançou uma essência que envolveu Dafny, fazendo-a diminuir a passada até congelar, imóvel no tempo. Saryna, vendo sua companheira em perigo, redobrou seus esforços, desencadeando movimentos que afastaram a neblina para quebrar o efeito.

Enquanto isso, Nefertari avançava, seu olhar frio focado em Saryna. Ela desencadeou uma essência que desacelerou os movimentos de Saryna, como se o próprio tempo estivesse desfalecendo ao redor dela. Mas a guardiã do Leste lutou contra a influência paralisante, resistindo com toda a força que possuía.

A batalha prosseguia, com cada lado usando toda sua habilidade e determinação para prevalecer. O destino do reino do Leste pendia na balança, enquanto as irmãs do Norte e as guardiãs travavam um embate mortal.

Néftis observava atentamente a batalha entre sua irmã Nefertari e Saryna, enquanto Dafny lutava para libertar-se do ataque de imobilidade. Ela sabia que precisava intervir para inclinar o curso da luta a favor delas.

Com um gesto rápido, Néftis concentrou sua energia e lançou uma nova essência em direção a Saryna, tentando reforçar o efeito paralisante de sua irmã. Porém, antes que o ataque pudesse se concluir, Dafny conseguiu quebrar sua própria paralisação, movendo-se em alta velocidade em direção a Néftis.

— Você não vai interferir mais! – Dafny gritou, brandindo sua espada de gelo com potência.

Néftis se esquivou ágil como uma sombra, deslizando pela névoa que pairava no campo de batalha. Ela não esperava que Dafny se recuperasse tão rapidamente. Em um movimento calculado, ela lançou uma essência que obscureceu a visão da guardiã do Leste.

Dafny lutava para enxergar através da névoa densa, suas habilidades sendo testadas ao máximo. Ela se apoiava em sua intuição, seus sentidos aguçados como uma extensão de sua vontade. Movendo-se com confiança, ela avançou, atentando-se aos mínimos sons e vibrações no ar.

Enquanto isso, Saryna continuava sua luta contra Nefertari. A guardiã do Leste concentrava toda a sua força para resistir à essência que desacelerava seu tempo. Com um esforço bruto, ela rompeu a influência paralisante, investindo com renovada determinação contra a imponente figura da irmã do Norte.

Nefertari, surpreendida pela resistência de Saryna, redobrou seus esforços, manipulando as essências letais com maestria, procurando enfraquecer a guardiã do Leste. Contudo, Saryna se mostrava inabalável, canalizando sua energia em golpes precisos, buscando romper as defesas de sua adversária.

A batalha atingiu um novo ápice de intensidade, com cada movimento moldando o destino do confronto. Dafny, emergindo da névoa densa, avistou Néftis e se preparou para um embate direto.

Enquanto isso, Saryna e Nefertari continuavam a duelar, seus poderes colidindo e criando ondas de energia que reverberavam pelo campo de batalha. O choque entre as guardiãs do Leste e as irmãs do Norte ecoava como um épico conto de forças opostas em confronto.

E assim, entre essências letais e habilidades formidáveis, o destino do reino do Leste se desenrolava nessa luta épica, onde cada golpe, cada movimento, moldava o rumo dessa batalha que transcendia simplesmente um embate entre seres poderosos, mas uma luta pelo equilíbrio e pela proteção daqueles que amavam.

No auge da batalha, um momento crucial se aproximava. As guardiãs do Leste resistiam com coragem incomparável, mas as forças das irmãs do Norte pareciam inesgotáveis.

Néftis, percebendo a exaustão crescente de Dafny, investiu com ferocidade, manipulando uma essência que envolveu a guerreira, drenando sua energia vital aos poucos. Dafny lutava para resistir, mas suas forças diminuíam rapidamente diante da essência letal de Néftis.

— SOPRO DA MORTE.

— Dafny! – Saryna gritou, testemunhando a agonia de sua companheira.

Ao mesmo tempo, Nefertari, com um golpe calculado e preciso, conseguiu romper as defesas de Saryna, lançando uma essência que paralisou seu coração por um breve, porém devastador, momento. Saryna caiu de joelhos, lutando para manter sua própria essência vital.

— PARALISIA MORTAL.

As irmãs do Norte, triunfantes, observavam a cena diante delas. Porém, ao invés de comemorar, um olhar de tristeza e melancolia cruzou o semblante de Néftis. Ela sentiu o peso da vitória sobre os ombros, compreendendo o custo daquela conquista.

— Nós vencemos. – murmurou Néftis, sua voz carregada de pesar.

Nefertari olhou para Saryna e Dafny caídas, suas expressões marcadas pela luta e pelo sofrimento. Ela sentiu compaixão, reconhecimento da coragem e da determinação das guardiãs do Leste.

— Somos vitoriosas, mas a que custo? – lamentou-se Nefertari, sua voz ecoando com tristeza.

Néftis, com os olhos tristes, aproximou-se de Saryna e Dafny, sentindo o peso do que haviam feito. Ela ergueu as mãos, dissipando lentamente as essências que aprisionavam as guardiãs, devolvendo-lhes a liberdade, porém tarde demais para reverter o dano.

Saryna e Dafny, embora livres das essências letais, estavam enfraquecidas, seus corações e almas feridos pela intensa batalha. As irmãs do Norte, em um gesto de respeito e pesar, recuaram, deixando o campo de batalha, levando consigo não só a vitória, mas também o fardo do sacrifício e da dor.

Enquanto o sol se punha sobre o reino do Leste, um silêncio pesado pairava sobre as feridas heroínas. O campo de batalha testemunhava não apenas o embate entre poderes divinos, mas a tristeza de um conflito que deixara marcas profundas naquelas que haviam lutado com bravura.

E assim, a vitória das irmãs do Norte se transformou em um triunfo amargo, onde a glória da conquista foi obscurecida pela tristeza da perda e da destruição. A história daquela batalha ecoaria como um lembrete sombrio da complexidade dos caminhos da guerra e das escolhas difíceis que precisam ser feitas, elas seguiram adianta em busca de Jasminy.

Saryna estava deitada ao lado de Dafny, ambas feridas mortalmente, seus olhos encontrando-se em um olhar de compreensão mútua. O campo de batalha agora era silencioso, apenas o suspiro da brisa pairava sobre elas.

— Saryna... – sussurrou Dafny, sua voz enfraquecida pela dor.

— Sshh... Estamos juntas até o fim. – respondeu Saryna, seus olhos cheio de tristeza.

Dafny segurou a mão de Saryna com o pouco de força que lhe restava, enquanto lágrimas escorriam silenciosamente pelo rosto de ambas.

— Não podemos deixá-las continuar. – disse Dafny com dificuldade. — Seu poder... suas essências... devemos impedir que se repita.

Saryna concordou fracamente. — Há uma técnica antiga... um segredo guardado por gerações.

— Sim. – murmurou Dafny, lutando para manter a voz firme. — Nossa última missão... impedir que Nefertari e Néftis usem suas essências para causar mais danos.

Com um esforço final, Saryna continuou: — Absorvemos... suas habilidades. Enviamos... através do solo... o segredo para detê-las.

As duas guardiãs do Leste trocaram um olhar significativo, compreendendo o sacrifício que estavam prestes a fazer pelo bem do reino.

— Seremos lembradas como guardiãs honradas. – disse Saryna com um sorriso fraco.

— Sim, honradas. – concordou Dafny, lutando contra a dor. — Nossa última batalha... um último ato de proteção.

Segurando-se mutuamente, sentindo suas energias diminuindo rapidamente, Saryna e Dafny sorriram uma para a outra, despedindo-se em silêncio enquanto lágrimas misturavam-se às marcas de batalha em seus rostos pálidos pelo sopro da morte.

E desta forma, as guardiãs do Leste se despediram, seus corpos sem vida repousando lado a lado no campo de batalha. O reino lamentaria a perda das heroínas, mas celebraria seu sacrifício, honrando-as como protetoras do povo, que deram tudo de si para preservar o Leste.

Do alto da montanha Rayna chorava a perda das amigas e prometia vinga-las.

— Suas mortes não serão em vão! – Rayna tinha recebido o segredo dos poderes de Nefertari e Néftis e preparava uma essência mortal contra elas.

<< 21. Hostilidade Nórdica