A menina que perdeu a luz.

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*Capítulo 15. A menina que perdeu a luz.*

 

— Não há esperança, tentei acreditar que as pessoas são boas, mas me enganaram, meus pais vieram de fazenda, eles eram escravos, passaram por muitas dificuldades, eu nasci nessa situação, mas acreditei que eu poderia ter feito algo para ajudar, mas falhei, meus pais morreram por causa deles, os homens os exterminaram, porque ambos representavam uma ameaça aos olhos deles, mas meus pais foram incrivelmente corajosos e determinados, eles lutaram até o fim, os dois não mereciam morrer, mas por culpa deles, foram eliminados! - A garota dizia com os olhos umedecidos, lembrar os rostos deles antes de morrer, fazia o seu próprio coração se destruir.

 

 

— Tão triste! - As duas disseram com suspiros tristes.

 

— Muito, não é? Os humanos são cruéis, tentei ajudá-los, eu juro que tentei, porém, eles me abandonaram, não se importaram comigo e me deixaram jogada por ali sem rumo! - Dizia a garotinha abaixando o rosto tristemente. — Sabe, quando é com eles, eles ficam ligando, mas quando é com outros, eles não ligam!

 

— Você tem total razão, mas ao mesmo tempo está errada, nem todos são ruins!

 

— Não existe porque não conheci gente boa. Esperança no mundo? - Suspirando melancolicamente, ela respondeu. — Não existe esperança! 

 

— Eu era estúpida e acreditava que poderia ter esperança, mas não existe esperança neste mundo, estamos passando por problemas de pobreza, os povos estão morrendo!… Em um suspiro, a garota gritava violentamente e chorava… Mas quem nos ajudou?

 

 

— Não tem ninguém para te ajudar, sabe por quê? Enfrentamos dificuldades todos os dias e nem todos podem ser ajudados, por isso sempre haverá pessoas cruéis que criam o maior caos nas vidas, mas nós não contamos com a ajuda de todos, no final temos que resolver tudo sozinhos, algum dia... Então, eu também já passei por sofrimento, talvez não seja igual ao seu, mas eu sei como é, entretanto, não diga isso! - Naty falou encarando nos olhos da garota com uma vontade imensa de chorar, só que ela tentava se controlar.

 

 

— Como pode dizer que não há esperança neste mundo se você nem ao menos tentou conhecer pessoas boas?! - Ela gritou muito furiosa com o que a menina falava, mas apesar de tudo, doeu, pois ela conhecia os sentimentos da menina.

 

— Como se entendesse o que passei? 

 

 

— Eu posso até não entender o que passou, mas o que quero dizer é que um dia você entenderá que apesar de tudo, há esperança neste mundo!

 

— Me deixe em paz, não quero ouvir mais nada, não há salvação neste mundo! - Ela olhou nos olhos dourados de Naty com profunda raiva.

 

 

— Está tudo bem Érica, um dia você vai entender! - Naty disse olhando seriamente para a garota que saiu da sala, pisando no chão de raiva.

 

 

 

 

 

Érica se afastou e entrou para a floresta e, simplesmente, sentou-se em um banco à beira do lago.

— O que aquela fadinha pensa que está falando? - Ela se questionava.

 

— Ter esperança? Neste mundo onde apenas coisas ruins são feitas e outras pessoas são feridas, tenho que suportar a miséria, mesmo que esse sentimento de angústia esteja incomodando!?

 

— Como se existisse? A felicidade é mentira, ela não existe, perdi toda a fé, é tudo culpa deles!

 

 

— Você tem razão, não há esperança neste mundo, e é por isso que todos devem perecer! -Uma voz baixa sussurrou no ouvido da garota.

 

 

— Quem é você? - Ela perguntou ao ver as sombras se aproximando.

 

 

— Eu sou Iraê, mas me chame de dama sombria, estou aqui para acabar com todos, eu sei como é, entendo perfeitamente como você se sente, que sua escuridão seja forte, porque se essa é a escuridão que você deseja, eu vou oferecer tudo! - Ela falou com uma risada maligna e fez uma pergunta à garota. — Você não odeia isso? - A mulher se aproximou da garota com uma expressão sinistra no rosto. — Então vamos nos livrar disso!

 

— Ok, bom, vamos acabar com isso!

 

— Não, você não precisa fazer nada, apenas preciso de mais energia!

 

— Como assim?

 

— Eu não disse que era uma dama sombria, isso significa que preciso da sua energia negativa para me fortalecer!

 

— Me explica?!

 

 

— Garotinha, tenho certeza que você entenderá eventualmente, mas não se preocupe muito com isso!

 

— Garotinha, tenho certeza que você entenderá eventualmente, mas não se preocupe muito com isso!

 

 — Preciso de mais energia! Garotinha, acho que já sei como você pode me ajudar? 

 

- Como? - A garota perguntou, seus olhos brilhando pelo fato de ela finalmente poder ajudar.

 

— Tente encontrar mais negatividade não importa o que aconteça, eu só quero que tente causar uma confusão para que possa me fortalecer com essa negatividade! - A mulher comentou com uma expressão séria no rosto.

 

 

— Se você quiser que eu te obedeça, então eu seguirei seus comandos! 

 

 

— É isso garota, ficarei muito feliz se você puder me ajudar, hahahaha!!!!! - A mulher comentou com uma risada maldosa.

 

 

 

— Vá em frente, divirta-se e cause o maior caos do mundo, se você tiver alguma dúvida, eu te explico como fará, vai ser muito fácil! - A mulher olhou atentamente para a garota e começou a explicar. — Basicamente, você precisa causar destruição, destruir vidas ou assustar as pessoas e fazê-las perder a esperança, ou melhor ainda, convença-os de que não há esperança neste mundo, use de palavras acolhedoras e devore completamente o coração de todos, assim, quando eles estiverem sobrecarregados, você apenas irá me fortalecer! 

 

— Tudo bem, senhora Iraê, eu vou respeitá-la e farei tudo conforme combinamos! - Ela sorriu encantadoramente, com seus olhares infantis sendo refletidos no rosto e estava simplesmente tentando fazer o que lhe tinha sido ordenada.

 

 

 

A garotinha retornou à aldeia com a intenção de trazer desespero a todos. 

Ela começou a atacar todos.

 

 

 

Naty e Evelyn estavam no vilarejo e observaram que os ataques haviam começado, ambas estavam confusas com quem tinha atacado os aldeões.

— Como assim, quem que está atacando? - As duas se indagavam confusas com o que aconteceu.

 

 

Ambas se aproximaram para saber quem estava fazendo isso.

 

Ao descobrirem quem era o responsável pelo ataque, se aproximaram e perguntaram: — Por que você está fazendo isso?

 

 

— Não é da sua conta! - A garota disse que usou um raio para machucá-las.

 

 

 

— Ai, por que você está os atacando?

 

 

 

— Já disse que não é da conta de vocêssss!!!!! Ela gritou, se afastou delas e continuou seu ataque.

 

 

 

[...]

 

 

 

A garotinha ouviu os gritos agudos das pessoas, deixando todos desesperados.

 

 

— Ahhhhh para de nos machucarrrr, seu monstro!!!!! - O homem se aproxima da garota num acesso de raiva e a fere com sua espada, após ao que ocorreu, a garota se aproxima dele com uma expressão assustadora e um sorriso maquiavélico.

 

Ela disse enquanto o sangue escorria de seu corpo sangue e risadas eram ouvidas ao longe. — Você me chamou de monstro? - Ela perguntou, continuando a rir.

 

 

O homem ficou assustado e não reagiu, mas querendo proteger seus entes queridos, continuou a atacar.

 

— Seu verme, me responda! - Ela disse com raiva, surpreendendo-o com seus poderes.

 

— Você está machucando os outros, é claro que você é um monstro!

 

— Calado, vocês feriram meus pais e me destruíram completamente, e agora você me chama de monstro, vocês estão errados, eu não sou um monstro, só estou acabando com quem merece! - A garota falou enfurecida.

 

Vendo que o homem estava disposto a acabar com a garota, Naty e Evelyn interferiram. 

 

— Não se envolva, nós iremos resolver tudo isso, cuide das pessoas! - As duas imploraram que ele ficasse protegendo os outros.

 

— Tá bom, espero que punam a garota, eu ficarei bem grato pela gentileza de damas tão lindas como vocês! 

 

As duas sorriram para ele e foram lutar contra a menina. Elas tinham um jeito de aliviar o desespero da menina.

 

 

 

As duas apenas se aproximaram da garota e perguntaram. — Por que está assim?

 

 

— Já disse que não é da conta de vocês!

 

— Queremos saber o motivo, nos fale!

 

Ela iria continuar a atacar, mas a Evelyn ergueu as mãos e, com um movimento fluido, criou uma barreira translúcida de gelo, concentrou sua energia, canalizando seus poderes de manipulação do gelo, impedindo que a garota ataque e que ela possa ficar segura. A barreira se ergueu rapidamente, bloqueando qualquer tentativa de ataque

 

 

As duas se aproximaram da garota, determinadas a descobrir o motivo de seu comportamento.

 

 

— Nos diga o motivo de você está assim?!

 

— NÃO, ME DEIXEM EM PAZ!!! A garota gritou desesperada.

 

 

 

A garota, ainda relutante em compartilhar suas razões, se preparava para atacar novamente. Foi então que Evelyn, percebendo a iminente ameaça, agiu rapidamente.

Evelyn concentrou sua energia e concentração, canalizando seus poderes de manipulação do gelo. Ela ergueu as mãos e, com um movimento fluido, criou uma barreira translúcida de gelo entre a garota e as outras personagens. A barreira se ergueu rapidamente, bloqueando qualquer tentativa de ataque

 

A garota, surpresa pela ação de Evelyn, parou abruptamente. Ela olhou para a barreira de gelo, incapaz de avançar ou atacar. A expressão de raiva em seu rosto deu lugar a uma mistura de surpresa e confusão.

 

Evelyn, mantendo a barreira de gelo firmemente no lugar, falou com calma:

 

— Chega! - Gritou Evelyn repreendendo a garota. — Não vamos resolver nada com violência! 

 

— Eu criei essa barreira para proteger a todos e garantir que possamos ter uma conversa pacífica! - Evelyn suspirou e olhou diretamente para a garota com um olhar de compaixão. — Por favor, nos conte o que está acontecendo! 

 

— Talvez possamos ajudar! - Naty dizia com um sorriso, encorajando a jovem a contar o que a incomoda.

 

— Você realmente pode me ajudar? - Ela perguntou ainda com dúvidas. — Não tem como você entender o que eu passei! 

 

 

— Talvez não compreendemos, mas queremos te ajudar e se você conversar, talvez você possa se sentir melhor!

 

A garota, ainda processando a situação, olhou para Evelyn e para sua amiga, ela percebeu que a barreira de gelo era uma demonstração de poder e proteção, e que as intenções das personagens eram genuínas, mas ela ainda estava insegura.

 

 

— Vocês têm total certeza disso? Questionou com uma extrema insegurança.

 

— Temos plena certeza de que você pode depositar confiança em nós!

 

— Certo, então eu conto!

 

 

— Eu me chamo Érica e eu sou filha de fazendeiros, nosso trabalho era bem honesto e ajudamos todos, mas o que me irritava era forma que éramos tratados por todos os medíocres que achavam que nós éramos escravos, aqueles que têm tudo e não precisam se preocupar em sujar as mãos, já que a vida é um luxo, mas um dia, meus pais se rebelaram! A garotinha comentou num tom triste

 

 

 

— Eles deram o seu melhor, até mesmo se sacrificaram, mas não foi o suficiente, e eles se aproximaram só para conversar, mas os desgraçados não ligaram, atiraram nos dois com uma arma... - Erica estava com medo de continuar a história, seu coração batia forte ao relembrar cada cena, mas ela reuniu coragem para contar tudo o que aconteceu… — Naquela hora, eu estava no meu quarto, me cuidando, porque meus pais me disseram para me cuidar, e, quando cheguei, presenciei aquela visão horrível, e desde aquele dia em diante, nunca mais confiei em ninguém! - Seus olhos começaram a lacrimejar e ela cerrou os punhos com ódio profundo.

 

 

—Sempre tentei ajudar, mas quanto mais apoiava os outros, mais me magoava e acabei perdendo a pessoa que mais significava para mim! 

 

 

Depois que a menina terminou de contar sobre seu passado, ela começou a chorar, seus olhos eram inundados, a dor no peito aumentou e as lágrimas se encheram, seu coração se arrancava após se lembrar do rosto dos próprios pais e se sentir péssima.

 

— Só queria que meus pais estivessem vivos! Ela comentou melancolicamente.

 

— Desculpe Érica, não há nada que possamos consertar, seus pais já estão mortos, mas eles nunca iriam querer ver você machucar mais ninguém, não os conheço, mas sei que são boas pessoas, e eles só querem te ver feliz! - A Princesa Evelyn disse calma, se moveu lentamente da jovem e a abraçou sutilmente.

 

— Você tem razão, sinto muito por tudo! - A garota baixou a cabeça e se desculpou.

 

— Não se desculpe, sabemos o que passou! Evelyn sorriu para a garota.

 

— Você não nos deve desculpas, e sim aos outros. Naty disse encarando a jovem.

 

— Bom, então irei conversar com todos! Erica disse ao sair e foi conversar com os outros.

 

— Pessoal, peço desculpas por tudo! - A garota abaixou um pouco a cabeça e pediu perdão.

 

— Está tudo bem, todos nós sabemos o que aconteceu, saiba que você não fez nada com os demais e estamos vivos. - Eles comentaram sorrindo, deram tapinhas nas costas da garota e a abraçaram.

 

— Que ótimo que tudo deu certo! Naty disse sorrindo alegremente para sua amiga.

 

— Sim Naty, finalmente estamos curadas, é hora de darmos adeus a eles!”

 

 

— Concordo com você! - Disse a pequena fada enquanto segurava as mãos de Evelyn e se aproximavam dos moradores da aldeia para se despedirem.

 

À medida que se aproximavam dos habitantes de todas as aldeias do Mundo das Luzes, as duas moças se preparavam para se despedir. — Foi incrível conhecer cada um de vocês, porém é hora de partirmos, uma vez que já estamos curadas!

 

— Tchau! - Eles sorriram e acenaram em despedida. — Sentiremos saudades de vocês duas, desejamos que a jornada de vocês seja um sucesso e confiem que Deus está iluminando o caminho, estamos torcendo por um milagre divino! - Todos sorriram e se despediram das duas meninas.

 

 

As duas estavam andando na floresta, Naty sorria para Evelyn, e ela sentiu que era melhor ficar longe, ou Nighteye viria atrás dela, afinal... A bruxa estava procurando por elas há muito tempo, e a fada sabia muito bem que a melhor maneira de escapar, seria indo pelas ruínas.

 

— Siga-me, Evelyn, conheço um bom lugar onde ela nunca nos encontrará! - Naty disse com uma expressão séria e ordenou que a princesa a seguisse.

 

A princesa ficou confusa com seu comando e imediatamente fez perguntas.

 

 — Mas que lugar é... Naty a interrompeu.

 

— Escute, não temos mais para onde ir, venha comigo! Naty falou em um tom um tanto sério e apenas puxou Evelyn pelas suas mãos.

 

 

As ruínas, lugar completamente escuro e destruído, no fundo dos destroços haviam corpos, aquilo havia assustado Evelyn, restos que tinham se demolido. — Onde estamos? - Perguntou chocada.

 

— As ruínas são vestígios de origens desconhecidas, já tiveram significado e funcionalidade, o seu estado original é agora irrecuperável, essas ruínas provocam curiosidade sobre o seu passado, a reconstrução das ruínas é agora impossível, simbolizam o conhecimento e a história perdidas! - Explicou Naty com um olhar de desgosto.

 

 

— Por que você está assim? 

 

— Aqui tem a história de como nossa evolução surgiu, dos povos oprimidos, essa é a realidade da nossa existência! 

 

— A opressão enfrentada pelos nossos antepassados, lutas e resiliência das nossas comunidades, momentos-chave em nossa evolução

realidade atual moldada pela opressão histórica, nossa existência como produto da história! -Naty explicou, enquanto olhava para a princesa seriamente.

 

— O rei, o pai que te criou, aquele que você se acostumou a chamar de gentil, é alguém que você não conhece de verdade, você não tem ideia deste mundo e das inúmeras tragédias que se desenrolaram! - Naty explica e continua a encará-la com suas profundas íris douradas. 

 

— Os nossos antepassados enfrentaram imensa opressão, suportando dificuldades que hoje dificilmente são imagináveis, eles lutaram contra adversidades esmagadoras, mas demonstraram uma resiliência inabalável, abrindo caminho para as nossas comunidades!

 

— Momentos da nossa evolução foram marcados pelo sofrimento e pela força, moldando o curso da nossa história coletiva! 

 

— Estas lutas históricas influenciaram diretamente a nossa realidade atual, sublinhando os legados profundos de opressão que ainda nos afetam! - Naty suspirou e continuou a falar. 

— A nossa própria existência hoje é um testemunho desta história, um produto moldado pela resistência e pelos sacrifícios daqueles que nos precederam. 

 

— É imperativo reconhecer este passado para compreender verdadeiramente o nosso presente e navegar no nosso futuro com maior consciência e empatia! 

 

— Esta é a realidade do mundo! - Naty encerrou a conversa e apenas seguiu a princesa até as ruínas.

 

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