<< MENU >>

A Floresta Gêmea, antes um refúgio de paz e amor para Witc e Sulh, começava a se transformar em um cenário de inquietude e apreensão. As sombras permaneciam entre as árvores, projetando um presságio sombrio sobre o futuro do casal.

— Witc, ouvi comentários entre os moradores próximos da floresta. - Sulh parecia angustiada. - Eles falavam sobre um compromisso que minha família está forçando. Um casamento que não é com você.

O coração de Witc apertou-se ao ver a aflição nos olhos de Sulh.

— Eles não podem fazer isso com você, condenar nosso amor por tradições antigas e protocolos familiares.

— É a realidade que enfrentamos, Witc. - Sulh suspirou, o peso da situação pesando sobre ela. - Minha família acredita que é o melhor para o nosso povo, mas não entendem o que compartilhamos.

O rumor sobre o casamento forçado de Sulh espalhou-se como um incêndio na floresta, despertando descontentamento e indignação entre os seres mágicos que habitavam aquele lugar.

— Não posso imaginar minha vida sem você ao meu lado, Sulh. - Witc segurou as mãos dela com firmeza, olhando fixamente nos olhos dela. - Juntos, enfrentaremos essa tempestade.

No entanto, a pressão da situação começou a deixar marcas em seu amor. Os encontros secretos na Floresta Gêmea tornaram-se escassos, substituídos por momentos roubados entre as sombras das árvores. O medo da separação iminente pairava sobre eles como uma nuvem escura.

Caminhando pela floresta a tarde, Witc procurava Sulh nos locais que ela sempre estava quando colhia frutas e ervas, ele não conseguia sentir a presença dela em nenhum lugar próximo aos quais eles se encontravam.

Mas naquele dia, uma amiga o encontrou naquele lugar, Gyna, uma amiga de infância.

— Olá Witc, o que faz tão distante de casa? – Agarrava ele e o jogava ao chão.

— Oi Gyna! Obrigado por sujar minha roupa. – Sorria para ela.

— Você está triste? Olha o que eu aprendi fazer! – Gyna com sua habilidade espiritual criava filhotes de lobos, eles começavam a morder a roupa dele e a rasga-la.

— Gyna! Não acredito que você está fazendo isso comigo! – Witc sorria e ficava impressionado que Gyna tinha melhorado sua habilidade espiritual.

— Eles gostaram de você, Witc. Quando não gostam, eles matam. – Sorria enquanto abraçava ele.

Naquela tarde, os sorrisos de Witc foram por causa de Gyna, mas seu coração a todo momento procurava por sua amada. Ao se despedir de Gyna, Witc voltava para casa e encontrava Sulh na estrada, ao olhá-lo, ela corria e abraçava ele.

— Witc, sinto-me presa em uma teia que não posso desfazer. - Sulh falava, lágrimas contidas refletindo sua dor. - Não sei como enfrentar minha família e seguir meu coração ao mesmo tempo.

Witc sentia-se impotente diante do dilema de Sulh, sua alma clamando por uma solução que lhes permitisse ficar juntos.

— Não desista de nossa história, Sulh. - Ele segurou seu rosto gentilmente, buscando confortá-la. - Encontraremos um caminho, mesmo que tenhamos que desafiar a todos para isso.

As sombras na floresta refletiam os tormentos internos de Witc e Sulh, um reflexo das incertezas que permeavam seus corações. O amor que uma vez florescia como um jardim encantado agora enfrentava a tempestade, e a esperança de um final feliz parecia cada vez mais distante.

Entre o desejo de lutar por seu amor e a inevitabilidade das circunstâncias, Witc e Sulh se viam diante de um abismo, onde o destino e o coração colidiam em uma dança trágica, alimentada pela agonia da separação iminente, mas mesmo com aquela incerteza, eles ficaram juntos aquela noite.

— Witc, eu quero me entregar a você novamente, quero te dar o que há de mais precioso em mim, quero que você seja meu primeiro e meu último, meu amor eterno, aquele a quem meu coração pertence, aquele que penso ao acordar e ao dormir. Você é meu tempo, minhas batidas do coração, o ar que eu respiro, o vento que me toca, você é meu tudo. Venha comigo, quero te mostrar algo...