<< MENU >>

No silêncio da floresta, um leve ruído perturbou o silêncio. Era Sulh, retornando após sua partida repentina. Witc, mergulhado em sua dor, olhou surpreso ao vê-la.

— Sulh... –  sua voz saiu quase como um sussurro, carregada de emoção.

Ela se aproximou, mas sua expressão era diferente, carregada de tristeza.

— Witc, por favor, entenda. Não posso mais fazer parte da sua vida. Eu trago caos e destruição, não posso permitir que você seja arrastado para isso.

— O que você está falando, Sulh? Eu não me importo com isso!

As palavras de Sulh caíam como pedras no coração de Witc. Ele a encarou, tentando compreender o que a levava a rejeitá-lo de maneira tão drástica.

— Você não pode simplesmente decidir isso por nós, Sulh. Nosso amor é mais forte do que qualquer coisa que possa nos separar, eu sinto isso dentro de mim e eu sei que você sente o mesmo. – Witc falou com a voz carregada de emoção.

Ela desviou o olhar, a dor evidente em seus olhos. — Você merece alguém que possa trazer alegria e paz à sua vida, Witc. Não posso ser essa pessoa. Eu... preciso seguir sozinha.

O desespero tomava conta de Witc. Ele queria alcançá-la, compreender seus motivos, mas cada palavra de recusa era como uma faca cravada em seu peito.

— Sulh, eu não posso aceitar isso. Nós podemos superar os desafios juntos como prometemos um para o outro naquele dia. – ele tentou argumentar mais uma vez, mas suas palavras pareciam cair em ouvidos surdos.

Ela se afastou lentamente, seu olhar transmitindo uma dor profunda e uma decisão irrevogável. — Por favor, me deixe ir, Witc. Nosso amor só trará sofrimento para nós dois.

Com um misto de tristeza e resignação, Sulh invocou um portal outra vez e, sem olhar para trás, adentrou nele, desaparecendo diante dos olhos atormentados de Witc.

Witc permaneceu ali, atordoado pela perda e pelas palavras de rejeição que ecoavam em sua mente. O vazio em seu coração crescia, e a sensação de perda irreparável o envolvia enquanto ele observava o portal se fechar, levando consigo a mulher que ele amava, mas que decidira partir.

— O que está acontecendo? O que houve com aquele amor que brilhava nos olhos dela? O que houve com aquela mulher cariosa e amável? O que houve? – Witc estava muito confuso.

Sulh emergiu do portal em um lugar desconhecido, envolta por uma solidão angustiante. As lágrimas corriam livremente por seu rosto enquanto o peso da decisão que tomara se abatia sobre ela. Seu coração doía ao se afastar de Witc, mas sua convicção de que era o melhor para ele mantinha-a firme em sua decisão.

Mesmo distante, o amor por Witc permanecia inabalável. Cada lembrança, cada palavra trocada entre eles ecoava em sua mente, alimentando o sentimento que persistia, mesmo na distância. Ela ansiava por seu toque, por sua presença reconfortante, mas sua decisão estava tomada, e o peso da responsabilidade a mantinha distante.

— Eu não estou preparada pra perder ele. – Sulh chorava alto e desesperada.

Enquanto isso, em um local isolado na floresta que outrora abrigara seu amor, Witc permanecia em uma solidão igualmente sufocante. Cada suspiro que escapava de seus lábios era uma evocação silenciosa de Sulh. Ele ansiava por sua companhia, seu sorriso, mas suas palavras finais ressoavam como uma barreira intransponível.

O amor entre eles persistia, nutrido pela dor da separação. Witc e Sulh estavam distantes, mas cada pensamento, cada batida de seus corações feridos, clamava pela presença um do outro.

Eles choravam em silêncio, conectados por um vínculo invisível, alimentando o amor que transcendera as barreiras físicas e o tempo. O sofrimento a distância fortalecia a intensidade do que sentiam um pelo outro.

No silêncio de suas solidões, eles se amavam a distância, cada lágrima derramada sendo um tributo ao amor inabalável que ainda os unia. O vazio em seus corações era uma constante lembrança da ausência um do outro, enquanto ansiavam pelo dia em que seus caminhos se cruzariam novamente.

Sulh encontrou um lugar sereno, onde a natureza sussurrava uma melodia que ecoava a tristeza de seu coração. Sentada entre as árvores, ela mergulhou na melancolia de sua própria música, deixando as emoções fluírem livremente através das notas que compunha enquanto suas lágrimas caíam.

Cada acorde era uma expressão de amor e saudade, um eco do vazio deixado pela ausência de Witc. As lágrimas fluíam conforme suas mãos habilidosas dedilhavam as cordas de um violão, uma canção de amor e dor entrelaçados.

Entre soluços silenciosos, Sulh entoava letras que narravam a história de seu amor com Witc, um lamento pela distância que os separava. Ela ergueu os olhos para o céu, implorando aos ventos para levar sua música ao coração de Witc, na esperança de que ele pudesse sentir, através das notas, o amor e a saudade que a consumiam.

Cada palavra cantada era um grito silencioso de angústia, uma prece aos elementos da natureza para que fossem mensageiros de seu amor, alcançando o homem que permanecia distante.

Ao término da canção, Sulh sentia-se exausta e emocionalmente esgotada. Cada nota, cada verso, era uma expressão palpável da dor pela distância e da intensidade do amor que persistia.

Enquanto isso, em seu próprio refúgio, Witc permanecia imerso em sua própria tristeza. Um vento suave passou por ele, carregando uma melodia suave e familiar, trazendo consigo um sentimento de saudade e amor.

**Canção da Saudade**
Composição - Sulh

[Verso 1]
Entre suspiros e o vazio do silêncio,
Corações unidos na distância que separa.
As estrelas testemunham a nossa história,
Um amor que a distância não apaga.

[Verso 2]
Cada acorde é um grito de amor,
Lágrimas nas cordas da minha canção.
A distância machuca, dilacera a alma,
Mas meu amor por ti é pura devoção.

[Refrão]
Voam notas pelos ventos, além do tempo,
Canção que ecoa a saudade do amor.
Nossas almas entrelaçadas na melodia,
Desejo ardente de voltar a ser um só.

[Verso 3]
Ventos, carreguem esta canção,
Levem-na ao coração que bate distante.
Diga a ele sobre este amor profundo,
Que apesar da distância, é sempre constante.

[Verso 4]
A saudade pulsa em cada acorde,
Mas nossa história é eterna e verdadeira.
Esperança de um reencontro, mesmo distante,
Nossas almas, unidas na canção derradeira.

As notas ecoavam em seu coração, reconhecíveis como a voz e a melodia de Sulh. Ele fechou os olhos, deixando-se envolver pela canção, uma sensação de consolo misturada com uma intensa saudade.

Sem saber, Sulh e Witc, separados pela vastidão, conectavam-se através da música e do amor que transcendia as distâncias. A saudade era insuportável, mas a música que fluía entre eles era um elo que mantinha viva a chama do amor que compartilhavam. Ambos caíram no sono enquanto as folhas secas das árvores caíam sobre eles.