24 - Guerra divina

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As notícias dos acontecimentos das invasões no norte e no leste se espalharam rápido entre diversos clãs no sul e oeste. As pessoas comentavam sobre a morte de diversas guardiãs e de pessoas inocentes em meio uma guerra que se tornava preocupante e apavorava o povo.

Sul, vale das deusas do poder.

— O leste invadiu o oeste, o norte invadiu o leste, o leste invadiu o norte e agora o norte invadiu o leste. Pessoas inocentes estão sendo mortas no meio de uma guerra entre reinos mesmo havendo tratados que prezam a vida dos inocentes. Crianças, idosos, jovens, casais, famílias estão sendo mortos a cada instante. Por que é tão difícil obedecer as leis que estabelecem o bom senso e proteção dos indefesos? – Perguntava-se Sulh enquanto estava parada no vale das deusas do poder.

Naquele momento, muitas lembranças do rosto de Witc vinham na mente de Sulh e ela colocava as duas mãos na cabeça.

— Por que você me assombra? – Sulh sentia uma estranha energia dentro do corpo dela que persistia em fazê-la lembrar de Witc a cada momento.

Uma luz roxa aparecia na frente de Sulh e formava um imenso portal e dele saía cinco deusas, elas caminhavam em volta de Sulh. As cinco deusas da destruição emergem do portal, cada uma emanando uma aura única e poderosa, com traços distintos que refletem sua força e personalidade.

Deusa Aamira, a Escuridão Ardente:
Seu manto negro flutua ao redor dela, envolvendo-a em sombras flamejantes. Seus olhos brilham intensamente em um tom escarlate, e seu sorriso sinistro revela presas afiadas.

— Sulh, teu destino está selado pelas escolhas do passado, mas os fios do futuro ainda podem ser tecidos.

Deusa Zarina, a Tempestade Implacável:
Seu cabelo é um turbilhão de relâmpagos e ventos violentos, seus olhos irradiam a energia de um furacão.

— Sulh, as dificuldades que se aproximam são consequências de tua jornada. Mas até mesmo as tempestades podem ser domadas.

Deusa Nahir, a Água Sombria:
Seu corpo é envolto por águas escuras e ondas turbulentas que se movimentam ao seu redor. Seus olhos refletem a profundidade do oceano mais sombrio.

— Sulh, como as águas, os eventos se movem em ciclos. Teu caminho está marcado, mas um novo curso pode ser traçado.

Deusa Samira, a Chama Devoradora:
Seu corpo está envolto em chamas incandescentes, mas sua expressão é serena. Seus olhos brilham como brasas ardentes.

— Sulh, teu caminho está envolto em chamas que consomem. No entanto, até o fogo mais intenso pode ser controlado e direcionado.

Deusa Layla, a Ruína Silenciosa:
Ela se move de forma assustadora, seu olhar carrega um mistério profundo. Seus passos deixam um rastro de desolação por onde passa.

— Sulh, a ruína te aguarda, mas até mesmo o mais sombrio dos destinos pode ser iluminado por uma nova perspectiva.

Aamira se aproxima de Sulh, olhando-a nos olhos com intensidade ardente:

— Teu destino é o resultado das escolhas passadas que você fez, mas o futuro é uma tela em branco, pronta para ser pintada. O poder está em tuas mãos, Sulh. Molda teu caminho, altera teu curso. O destino não é imutável, é apenas uma possibilidade entre muitas.

As deusas cercam Sulh, cada uma transmitindo sua mensagem, uma sinfonia de advertência e esperança.

Sulh fica séria diante das deusas.

De repente, a deusa Aamira invoca chamas negras ardentes, tentando envolver Sulh em um manto de sombras incandescentes. Mas antes que o fogo a alcance, Sulh manipula sua energia caótica, desfazendo as chamas em um redemoinho de faíscas brilhantes.

Enquanto isso, a deusa Zarina convoca ventos furiosos e raios poderosos, procurando lançar Sulh em um vendaval descontrolado. Contudo, ela usa seu poder do caos para absorver a energia dos relâmpagos, desviando os ventos em um turbilhão controlado ao seu redor.

Imediatamente, a deusa Nahir convoca ondas obscuras, buscando afogar Sulh em um mar sombrio e caótico. Mas ela responde com uma manipulação fluida do caos, desfazendo as ondas antes que elas a atinjam, transformando-as em gotas brilhantes ao seu redor.

E antes que pudesse se livrar do ataque anterior, a deusa Samira intensifica suas chamas, erguendo um inferno em volta de Sulh, tentando consumi-la com um fogo abrasador. No entanto, Sulh canaliza seu poder do caos para criar um escudo mutável e maleável, desviando o calor intenso e transformando as chamas em faíscas de cores variadas.

A deusa Layla se aproxima de Sulh e tece uma aura de desolação, buscando envolve-la em uma escuridão silenciosa e sufocante. Mas Sulh, com seu poder do caos, desfaz a escuridão em distorções brilhantes, criando padrões de luz e sombra ao seu redor.

As deusas testam os limites de Sulh, atacando-a com seus poderes divinos. No entanto, ela se defendeu, mostrando controle sobre o caos que reside dentro dela, transformando os ataques em manifestações de energia em sua volta, sem deixar sequer um arranhão em sua pele.

As deusas, percebendo que os poderes do caos de Sulh eram impenetráveis, mudam de estratégia. Elas começam a sussurrar lembranças em sua mente, evocando momentos românticos com o Witc, o amor de sua vida.

Sulh sente as memórias fluindo fortemente, revivendo os momentos de alegria, calor e amor compartilhados no passado em seus melhores momentos. As imagens vívidas se entrelaçam em sua mente, enfraquecendo ela à medida que uma tristeza profunda começa a se insinuar em seu coração.

As deusas, aproveitando-se desse momento de fraqueza, lançam seus ataques. Aamira conjura chamas negras, Zarina desencadeia uma tempestade de relâmpagos, Nahir convoca ondas sombrias, Samira ergue uma parede de chamas incandescentes e Layla tece uma escuridão sufocante.

Sulh, sobrecarregada pelas emoções avassaladoras, é atingida pelos ataques das deusas. Ela começa a cambalear, sentindo a dor física e emocional colidirem dentro dela. No entanto, em meio à agonia, algo se transforma dentro de Sulh.

Uma explosão de energia caótica, potente e descontrolada, irrompe dela. O vale das deusas treme com a intensidade dessa manifestação de poder, e as deusas recuam diante da fúria desencadeada.

Sulh, agora possuída por uma ira impetuosa, destrói tudo ao seu redor. O próprio tecido da realidade parece se distorcer com a força de seu poder. As deusas, surpreendidas e momentaneamente atordoadas, desaparecem diante da torrente de caos e poder que Sulh libera e falam que a guerra divina estava para começar.

— A guerra divina vai começar, escolha o seu lado, vida ou morte. – Falava Layla enquanto sumia com as outras deusas.

Quando a calmaria finalmente retorna ao vale, Sulh está sozinha, cercada por escombros e resquícios da destruição que ela mesma causou. O silêncio permanece, e o poder do caos emana dela, ainda palpitante, enquanto ela tenta recuperar o controle de sua própria força descomunal.

Sulh, entre destroços e lágrimas, sente-se envolvida por uma profunda saudade e um vazio doloroso ao relembrar os momentos com Witc. As memórias a inundam, recordando sorrisos compartilhados, abraços afetuosos e a doçura de um amor que parecia transcender o tempo.

No entanto, enquanto suas lágrimas caem, Sulh luta para entender o significado dessas memórias. Elas parecem estar conectadas a algo maior, algo que ecoa dentro dela, mas cujo significado exato permanece um mistério.

Entre soluços, ela ergue-se, uma determinação renovada refletida em seus olhos. Com o coração pesado, mas a mente clara, Sulh decide partir para o leste, para as terras onde o verdadeiro motivo da guerra parece estar enraizado.

Com um juramento solene ecoando em sua mente, ela promete proteger os inocentes e restabelecer o respeito às leis dos reinos. É uma promessa feita não apenas em nome de seu próprio poder, mas também como uma busca pela compreensão do que se passa dentro dela e do papel que ela desempenha nesse conflito devastador.

Entre suspiros e determinação, Sulh parte, seus passos ressoando um chamado interior que a conduz na busca pela verdade e pela justiça. Longe dali, ela espera encontrar respostas, uma compreensão mais profunda de si mesma e de seu destino entrelaçado com os destinos dos reinos em conflito.

— Aquele rosto em minha mente está desequilibrando meu ser. Eu preciso destruir estas lembranças. – Pensava Sulh enquanto caminhava para o leste.

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