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Cidade de Sunda, região Sul.

Maya entrava no grande salão onde estavam as trigêmeas, Lenny, Yenny e Elly, respectivas líderes do sul.

Peço licença irmãs de sangue, venho relatar que o norte invadiu o leste para resgatar a princesa Jasminy que foi sentenciada pela morte de civis inocentes quando invadiu o leste anteriormente. O norte na sua atual invasão matou mais pessoas inocentes, entre elas, crianças e idosos.

— Isso é inaceitável! – Falava Elly

— Por que o norte está atacando os civis em vez de atacar somente as guardiãs? – Perguntava Lenny

— Ouvi falar que fizeram isso para que os mais jovens não se tornassem uma nova ameaça na guerra.

— O tratado entre os reinos proíbe envolver civis, invasões, confrontos e guerras. – Levantava-se Yenny e começa a andar em direção a janela.

— Infelizmente, o norte não tem respeitado esse tratado. – Respondia Maya

— Então teremos que força-los a respeitar as leis deixadas por nossos ancestrais. Estas leis foram criadas para evitar injustiças e proteger os inocentes. Nós do sul não atacamos civis e somos contra qualquer clãs que faça isso. – Falava Elly.

— Também houve outros acontecimentos que vocês precisam saber. A guardiã Sulh do oeste lutou e derrotou as deusas da destruição dentro de nosso território. – Avisava Maya

Yenny olhava pra Lenny e perguntava:

— Sulh não deveria ser nossa aliada em vez de ser nossa inimiga, Lenny?

— Eu reconstruí as lembranças de Sulh, modifiquei seu passado e dei a ela uma missão no seu presente, mas o futuro levará tempo pra ser mudado. Sulh vem da linhagem do deus khaos, nela habita toda a consciência divina deste deus primordial, não há ninguém em nossa era que seja autêntica quanto ela. Não é possível controlar a consciência de um deus. Por enquanto Sulh está em uma fase de evolução, ela é mais humana do que divina, foi por isso que eu consegui reconstruir suas memorias, mas haverá um tempo que ela estará com 100% da consciência divina e neste dia, ela será nossa aliada. – Explicava Lenny

— Você não acha isso um plano perigoso, irmã? – Perguntava Yenny

— Sim, eu sei dos riscos, mas caso ela se rebele contra meu domínio, eu tenho um plano para ela.

— Ainda há algo que preciso dizer a vocês, irmãs de sangue. – Falava Maya

— Por favor, continue. – Falava Lenny

— Sulh está no leste e a última informação que eu tive das nossas espiãs é que ela estava diante de Gabryelle e Tassilya.

— O quê? – Ficava surpresa Lenny

— Parece que sua arma não segue suas ordens, irmã. Se tudo o que você disse sobre ela é verdade, ela é uma ameaça para todos os reinos. – Falava Yenny

— Você deveria ter matado Sulh quando teve a chance, Lenny! – Levantava-se Elly e caminha para sair do grande salão

— Aonde você está indo, irmã? – Perguntava Lenny

— Estou indo para o leste acabar com esse conflito e punir os envolvidos e ver de perto o que Sulh irá fazer. Maya, venha comigo, precisarei de suas habilidades. – Falava Elly

— Sim, irmã de sangue.

— Elly, não mate Sulh, nela tem os segredos que poderão ser uteis para gente no futuro. – Alertava Lenny

— Não se preocupe, irmã.

No leste...

— Eu sinceramente não me importo em ficar presa no loop, mas e vocês, vão conseguir suportar serem destruídas infinitas vezes? [loop]

— DESTRUIÇÃO DOS ATÔMOS! [loop]

— Pare o loop Jasminy! – Gritava Tassilya

Gabryelle ficava pasma ao ver o poder irracional de Sulh que destruía completamente o leste inúmeras vezes.

Jasminy esperou o loop retornar ao ponto exato antes da destruição e se viu obrigada a parar a técnica.

— Ajoelhem-se. – Ordenava Sulh

— O que você disse? – Perguntava Jasminy

— Ajoelhem-se!

Gabryelle andava em direção a Sulh e começava a falar:

— Você disse que era inaceitável matar pessoas inocentes, eu concordo com você, mas você não as matou também com seu ataque?

— Eu não matei os inocentes, eu protegi eles temporariamente enquanto seu reino caía. Eu não mato pessoas inocentes! – Respondia Sulh

— Você é uma terrível ameaça para o mundo! – Falava Tassilya

Tassilya suspirava fundo e lançava sua técnica mais poderosa

— DANÇA DA MORTE.

Um portal era aberto acima de Sulh e sugava ela para uma dimensão paralela onde estava pessoas mortas de eras diferentes, todos eles tinham habilidades que drenava a energia de quem estava dentro do portal.

— Use suas rosas, Gabryelle. Ela é uma ameaça potencial para os reinos. – Falava Tassilya

O ar estava impregnado de tensão enquanto Gabryelle avançava em direção ao portal, seus olhos fixos na figura de Sulh aprisionada na distorção dimensional. As mãos dela tremiam ligeiramente. Ela sabia que não havia outra escolha a não ser usar suas rosas brancas, as flores que representavam não apenas a morte, mas também o poder de interromper os pontos vitais e danificar os órgãos vitais de uma pessoa.

O coração de Gabryelle batia descompassado, ecoando o medo e a incerteza que a consumiam. Ela respirou fundo, enquanto pétalas de rosas brancas começavam a brotar em suas mãos. A fragrância doce das flores contrastava com o peso do momento, uma dualidade que refletia sua própria angústia.

Sulh, imobilizada dentro do portal, olhou para Gabryelle seriamente. Ela tentou falar, mas suas palavras foram sufocadas pela energia distorcida do portal. Gabryelle hesitou por um breve instante, seu coração se apertando diante da agonia estampada no rosto da outra.

No entanto, a memória das atrocidades cometidas por Sulh ecoou em sua mente, alimentando a determinação de Gabryelle. Ela cerrou os punhos, cerrando os dentes com firmeza enquanto as rosas brancas pareciam adquirir um brilho sinistro. Com um gesto decidido, ela lançou as pétalas em direção ao portal.

As rosas brancas pareciam dançar no ar, deixando um rastro etéreo enquanto se aproximavam de Sulh. Assim que tocaram a superfície distorcida do portal, as pétalas se desintegraram em pequenas partículas brilhantes que se dispersaram ao redor de Sulh, envolvendo-a em uma aura luminosa.

Um grito escapou dos lábios de Sulh quando a aura das rosas brancas começou a penetrar nela. Ela contorceu-se em agonia, sua imagem tremeluzindo no portal enquanto as pétalas pareciam atacar seus pontos vitais, interrompendo o fluxo de energia que a mantinha presa naquele espaço entre dimensões.

O corpo de Sulh arqueava-se violentamente, sua voz sufocada ecoando no vácuo do portal. Gabryelle observava, seu coração apertado pela mistura de compaixão e vingança. Ela sabia que precisava fazer aquilo para proteger aqueles que amava, mas ver a agonia de Sulh era uma carga pesada demais para suportar.

O tumulto no portal diminuiu gradualmente até que Sulh ficasse imóvel, sua forma desaparecendo lentamente na escuridão do portal. Gabryelle via a intensidade do confronto e a responsabilidade de ter usado suas rosas brancas daquela maneira.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Gabryelle respirou fundo, sentindo um misto de alívio e dor dilacerante por ter tomado aquela decisão. Ela ergueu os olhos para o vazio onde Sulh estava presa, e via uma lágrima solitária escorrendo por sua bochecha de Sulh enquanto as últimas partículas brilhantes das rosas brancas se dissipavam no ar.

A quietude que se instalou após o ataque de Gabryelle foi interrompida por um tremor sutil, ecoando no ar como um aviso. Gabryelle levantou os olhos, o coração acelerando quando percebeu que algo estava errado. O portal, anteriormente estático, começou a pulsar com uma energia sinistra, ondas de distorção se propagando em todas as direções.

Sulh, que parecia ter desaparecido na escuridão do portal, emergiu com uma aura mais sombria. Seus olhos brilhavam com uma intensidade desconhecida, e uma risada sarcástica preencheu o espaço. Gabryelle recuou, horrorizada com a evelução de Sulh.

Antes que pudesse reagir, Sulh começou a emanar uma força avassaladora, alimentando o portal com uma energia descontrolada. O vórtice dimensional começou a girar de maneira desordenada, suas bordas tremulando e distorcendo como se estivessem à beira do colapso.

Gabryelle tentou canalizar seu poder para conter a explosão iminente, mas era tarde demais. O portal, agora instável e sobrecarregado pela intensidade da energia liberada por Sulh, estremeceu violentamente. Uma luz ofuscante começou a se formar no centro do vórtice, sua luminosidade crescente como uma estrela prestes a explodir.

O caos reinava no espaço ao redor, tudo oscilando em uma dança descontrolada de energia e distorção dimensional. Sulh alimentava do caos, sua figura distorcida crescendo em tamanho e intensidade. Gabryelle sentiu o desespero tomar conta de si enquanto tentava encontrar uma saída da iminente catástrofe.

Com um estrondo ensurdecedor, o portal atingiu seu ponto de ruptura. Uma onda de energia desenfreada explodiu para fora, rasgando a realidade e lançando Gabryelle para longe. O clarão brilhante engoliu tudo ao redor, consumindo o espaço antes ocupado pelo portal em uma explosão de luz e escuridão.

Quando a luminosidade diminuiu, o vazio era tudo o que restava. O portal desaparecera, levando Tassilya e Jasminy e deixando Gabryelle sozinha em um espaço vazio e silencioso. Ela se ergueu lentamente, olhando para o horizonte agora vazio, com o coração pesado pela incerteza do que o futuro reservava após aquela explosão devastadora.

>> 30. Fatos incontestáveis