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Gabryelle concordou, sua expressão com esperança apesar da dor que a consumia. — Vamos encontrá-las, mas antes eu preciso voltar para o castelo e reunir as guardiãs que ainda estão vivas para reorganizar o Leste – falou, erguendo-se com a ajuda dele, cada passo sendo uma luta contra a dor física e emocional, Witc concordou com ela e a viu partir lentamente.

Gabryelle retornou ao castelo. Cada passo era uma batalha contra a dor física e o peso das emoções que a assolavam. Ela chegou à grande sala do conselho, onde suas guardiãs costumavam se reunir, e encontrou um cenário desolador. Destroços espalhados, marcas da violência que havia atingido aquele lugar outrora sagrado.

Respirando fundo para controlar a angústia, Gabryelle ergueu a voz, chamando as guardiãs que ainda estavam vivas. Lentamente, uma a uma, elas foram chegando, rostos marcados pelo sofrimento, mas com esperança ao verem Gabryelle ali, firme e determinada.

— O Leste, nosso lar, foi abalado por invasões do Norte, mas nosso verdadeiro inimigo vem do Sul. – começou Gabryelle, sua voz firme, carregada de urgência.

— Sulh, que antes era uma guardiã da elite do Oeste, agora se volta contra nós vinda do Sul. Esta é a maior ameaça que podemos enfrentar neste momento, e a situação é de emergência. Precisamos nos reorganizar, estruturar nossa defesa e encontrar uma estratégia para neutralizar essa ameaça. Ela é muito poderosa e destruiu o Leste em frações de segundos, nossa sorte que ela estava presa dentro do loop de Jasminy, ela forçou Jasminy desfazer o loop, Jasminy desfez o loop momentos antes dela destruir o Leste novamente.

As guardiãs ouviam atentamente e ficaram assustadas, mas elas absorveram cada palavra de Gabryelle. Ela compartilhou informações sobre a técnica usada por Sulh, suas táticas e possíveis intenções, além de enfatizar a importância crucial de se unirem diante desse desafio imenso.

— Somos fortes, ninguém vai tirar a honra do Leste, apesar das perdas que sofremos, precisamos nos erguer e proteger nossa terra. Vamos nos fortalecer e planejar nossa defesa. O Leste depende de nós, e não falharemos.

O olhar determinado de Gabryelle encontrou o de cada guardiã ali presente, buscando o apoio mútuo e a união para enfrentar o inimigo em comum. Juntas, elas começaram a traçar estratégias, mobilizar recursos e reorganizar suas defesas, cientes de que o destino do Leste estava agora em suas mãos.

Em outra parte do Leste...

Witc percorreu a montanha perto do castelo em busca de energias que ele sentia. Seu coração acelerou quando finalmente encontrou Jasminy e Tassilya, mas sua alegria se transformou em preocupação ao vê-las inertes dentro de um círculo estranho. Ele se aproximou, observando-as cuidadosamente, tentando compreender o que estava acontecendo.

Enquanto estudava a cena, uma presença conhecida se manifestou atrás dele. Ele se virou abruptamente para encontrar Sulh, observando-o seriamente, com sua expressão facial mudada.

— Sulh, o que você faz aqui? – Witc perguntou

— Elas estão presas em uma realidade paralela. – explicou Sulh, seus olhos brilhando com um conhecimento sombrio. — Uma habilidade poderosa foi lançada para aprisioná-las nesse estado. É um castigo, uma forma de impedir que interfiram nos planos que estão em curso.

Witc arregalou os olhos, processando a gravidade da situação. — Preciso libertá-las!

Sulh balançou a cabeça negativamente, seu semblante sombrio. — Você não pode. Esta habilidade é complexa e poderosa. Apenas aqueles que o lançaram podem quebrá-la, e são poucos que possuem tal habilidade que possam desfazer esta realidade sem ser o usuário dela.

— Mas eu tenho que fazer algo! Não posso simplesmente deixá-las assim.

Sulh colocou uma mão no ombro de Witc, o ato foi tão rápido que ele mal conseguiu perceber quando ela chegou perto dele, a expressão dela era suave por um momento e sinistra por outro.

— Você não pode fazer mais nada para ajuda-las. Há outros caminhos a seguir, há mais segredos nesta situação do que você pode imaginar. Volte para o Oeste ou você morrerá aqui.

Com essa última advertência, Sulh encarou Witc seriamente enquanto Elly surgiu diante de Witc com uma aura imponente e olhos penetrantes que pareciam analisar a essência dele. Sua voz ecoou pelo ambiente, carregando consigo uma autoridade incontestável.

— Apenas eu posso salvar Jasminy e Tassilya. – revelou Elly, sua presença irradiando confiança absoluta. — É meu dever e meu poder alterar essa realidade.

Witc encarou Elly, seu olhar firme e sério. — Você não tem o direito de mudar a realidade das pessoas para que possam compreender seus erros. Todos têm o direito de enfrentar suas próprias verdades e crescer com elas.

A expressão de Elly permaneceu séria, mas ela estendeu a mão na direção de Witc, uma corrente de energia começando a se formar ao redor dele, pronta para alterar a percepção de Witc sobre a situação.

— VERULEIKI

No entanto, algo surpreendente aconteceu. Witc, não sentiu a influência de Elly. Sua mente e sua percepção permaneceram sólidas, imutáveis contra os poderes visuais e mentais que Elly tentava impor.

Elly, surpresa com a resistência de Witc aos seus poderes, ficou sem entender, seus olhos se estreitando ao avaliar o jovem diante dela.

— Suas habilidades são impressionantes, mas sua resistência é ainda mais surpreendente. – admitiu Elly, um brilho de admiração em seus olhos. — Há um potencial assustador em você, Witc.

Elly olhou fixamente para Witc, seus olhos vagavam enquanto olhava dentro dos olhos dele. — Você tem a oportunidade de se juntar a nós, Witc. Venha para o sul. Junte-se a Sulh, junte-se a mim. Juntos, podemos criar um futuro melhor para todas as regiões.

Witc permaneceu firme, sua expressão séria ao ouvir o que Elly falou. — Não posso participar de algo que viola os direitos e a liberdade das pessoas. Não compactuo com injustiça.

Sulh, olhando diretamente nos olhos de Witc, falou com uma frieza. — Sua opinião não muda a realidade. Minha casa é no Sul agora. É onde pertenço.

Witc respirou fundo, tentando apelar para a razão. — Sulh, a casa é onde seu coração está. Sua lealdade não precisa ser definida por fronteiras desenhadas no mapa.

— Os planos do Sul são maiores do que vocês podem imaginar. – interveio Elly. — Estamos trabalhando para unificar todas as regiões. Aqueles que se opuserem a isso serão considerados traidores.

— Unificar as regiões à força? Isso é tirania! – Witc exclamou, sua voz carregada de indignação.

Sulh cruzou os braços, seu olhar gelado. — Não se trata de tirania, mas sim de proteger os direitos do Sul. Não permitirei que ideais fracos interfiram com o que é melhor para nossa terra.

Witc olhou de Elly para Sulh, sentindo a tensão aumentar a cada momento. — Vocês estão dispostas a sacrificar a liberdade em nome do poder. Isso não é justiça, é opressão.

Elly soltou um suspiro. — Vocês terão tempo para reconsiderar sua posição. Mas saibam, em breve, o Sul irá avançar para o Oeste. E qualquer resistência será tratada como traição.

Com um último olhar trocado entre Witc, Elly e Sulh, a tensão no ar era inevitável, sinalizando um confronto entre ideologias e a batalha iminente entre regiões.

— Qualquer invasor que ousar adentrar o Oeste será dizimado! – Witc declarou. Ele encarou Sulh com olhos suplicantes, seu tom amoroso e preocupado. — Sulh, por favor, não se envolva nisso. Há um caminho melhor do que seguir cegamente as ordens do Sul.

Mas as palavras de Witc foram recebidas de forma rude por Sulh. Ela se tornou hostil e fria, ameaçando-o com um olhar duro. Elly, ao lado de Sulh, reforçou as ameaças, lançando um olhar sério para Witc.

— Não importa quem interfira no Oeste, certamente irá morrer. – Alertou Sulh

Em um momento de tensão extrema, Elly ordenou a Sulh que atacasse o Leste, destruindo qualquer um que se opusesse à vontade do Sul. Witc, percebendo o perigo iminente, se colocou à frente de Sulh, tentando impedir seu avanço.

— Pare com isso, Sulh!

No entanto, Sulh, ao olhar nos olhos dele, foi inundada por memórias românticas dos momentos vividos juntos. Por um instante, ela se viu presa em um conflito interno, confusa diante de suas próprias emoções.

Essa confusão fez com que o poder caótico dentro dela se manifestasse descontroladamente. Sulh começou a emanar energia desordenada, destruindo tudo ao seu redor. Elly, percebendo a situação fora de controle, recuou rapidamente.

Enquanto Sulh perdia o controle de seus poderes, Witc se mantinha firme, tentando conter a fúria descontrolada dela e proteger aqueles ao redor. Ele se machucava no processo, mas seu foco era proteger Sulh.

Ao ver Witc ferido pela sua própria ação, Sulh, com lágrimas nos olhos, tentou se aproximar para ajudá-lo. No entanto, uma voz em sua mente, uma voz antiga, a impediu, alertando-a para não se aproximar dele.

— Você não pode se aproximar dele. Ele não é nada para você.

Com lágrimas escorrendo por seu rosto, Sulh caiu de joelhos, com uma confusão emocional, enquanto o caos ao seu redor diminuía. Tudo ficou em silêncio, deixando Witc ferido e Sulh inconsciente.

— Eu não queria machucar você. Me perdoe, meu amor. – Desmaiava enquanto falava baixo

33. Traidoras do pacto