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36. Mensageira dos Ventos

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— Não fale bobagens menina, você pode ter um grande poder, mas não tem experiência em batalha!

— Então mostrarei a você que o poder vence batalhas sem ter experiência!

Neste momento começava a sair do solo a energia do caos, uma energia quente e que destruía tudo o que tocava, o ar ficava difícil de respirar, o poder de Sulh começava a aumentar muito rápido e Michelly teve que usar sua segunda evolução para aumentar o seu poder diante de Sulh.

Os olhos de Sulh mudava para uma cor mais escura e seu cabelo crescia mais ficando longo e escuro. Na mão direita dela formava-se uma esfera de pura energia.

— Quando eu era criança eu não tinha amigos pois nenhuma família confiava em deixar seus filhos brincarem comigo. Todos tinham preconceito por saber que eu manipulava a energia do caos. Eles diziam que eu era amaldiçoada pois tudo o que eu tocava era destruído. Eu sofri e lutei pra controlar minha energia para que ela não machucasse ninguém e consegui fazer isso, mas mesmo assim continuei sendo um monstro aos olhos de todos. Não adiantava o que eu fizesse, as pessoas só enxergam aquilo que convém a elas, estou cansada de tentar ser aquilo que as pessoas não teriam medo, está na hora de ser o que eu sempre fui. Eu não sou portadora do caos... Eu sou o caos!

Sulh sumia diante dos olhos de Michelly e antes que ela formasse uma barreira de fogo para se proteger, Sulh desintegrava metade do corpo dela.

— Você insinuou que sem experiência meu poder não valeria nada, mas o que adiantou sua experiência se você agora está metade morta? — Perguntava Sulh

Metade do corpo de Michelly desintegrado começava a regenerar novamente, mas antes que completasse o ciclo de regeneração, Sulh atacava sem piedade outra vez.

— Eu disse que eu iria desintegrar você completamente! — Sulh novamente relembrava Michelly

Sulh criava uma esfera em volta de Michelly e prendia ela, impossibilitando que ela pudesse se regenerar livremente. A esfera com a energia do caos continuamente desintegrava o corpo de Michelly toda vez que ela tentava se regenerar.

— Eu não morrerei em suas mãos, demônio do Oeste! — Michelly aumentava sua energia mais uma vez e evoluía tornando-se completamente um Malaikat que significa anjo no idioma do Leste.

Das costas de Michelly, asas de fogo surgiram, e com um forte impulso feito pelas asas ela conseguia sair da esfera do caos que Sulh havia criado. Em seguida Michelly voa atacando Sulh com uma espada de fogo com chamas negras, ela faz diversos golpes no ar e o impacto deles são contidos por Sulh que nem precisou se mexer pra desviar deles pois tudo que se aproximava dela era desintegrado.

Em outro ataque violento Michelly surgem do lado de Sulh e tenta cortar sua cabeça, mas Sulh em um movimento rápido arranca o braço de Michelly e antes que ela pudesse voar pra regenerar seu braço novamente, Sulh destrói as asas de fogo de Michelly causando um grande dano ao corpo dela.

— Essa é a sua experiência, Michelly? — Perguntava Sulh

Violentamente, Sulh atinge o rosto de Michelly com uma explosão de energia caótica. Michelly cai ao chão com metade do rosto destruído, Sulh pisa na cabeça dela e começa a esmagar o crânio de Michelly lentamente que era possível ouvir o barulho.

— Malaikat? Eu pensava que os anjos fossem poderosos, mas vejo uma mulher que se transforma em um anjo, humilhada debaixo de meus pés. Você consegue regenerar seu coração, Michelly? — Sulh impiedosamente preparava um novo ataque pra destruir de vez Michelly.

— Eu vaguei entre as dimensões, vi planetas e a distorção do tempo e do espaço. Por um momento pensei que eu estivesse perdida e que jamais poderia voltar pra casa, era tão frio, era difícil respirar, a pressão que eu sentia parecia que destruiria meu corpo, mas era apenas um caminho no qual eu nunca tinha trilhado, mas ele é igual aos outros que os deuses andam. Como uma humana como você pode manipular os caminhos divinos, Sulh? — A voz de Amynah ecoava de um portal no qual ela saía e via sua tia Michelly a beira da morte.

— Você voltou de tão longe pra desperdiçar sua vida? — Sulh perguntava sarcasticamente para Amynah

Um vento forte vindo do solo jogou Sulh para o alto rapidamente e um portal abriu-se no chão levando Michelly para o castelo dos ventos. 

 — Você não tem honra, Sulh! Não permitirei que faça o que quiser no Leste! — Alertava Amynah

— O Leste traiu o Sul, traiu nossos pactos milenares. Vocês tiveram a chance de evitar a punição, em vez disso, vocês nos traíram, viraram as costas, quem são os traidores sem honra?

— Você fala de traição agora, Sulh, mas não foi você quem traiu o Oeste, se juntou ao Sul para oprimir os clãs? Que moral você tem para classificar o Leste como traidor?

Sulh ao ouvir os questionamentos de Amynah, acendeu dentro si um ódio mortal contra a mensageira. Uma esfera de energia caótica formou-se em frente dela consumindo tudo em volta.

Amynah para proteger as vilas próximas da destruição eminente, abriu um portal acima de Sulh que a levou para fora do Leste, mas Sulh abriu outro portal e apareceu atrás de Amynah golpeando-a pelas costas.

Amynah abriu uma dimensão e a fechou cortando o braço de Sulh, mas com o poder caótico ela regenerou seu braço e envia Amynah para fora do planeta, mas a mensageira aparece novamente em outro portal a frente de Sulh.

— Eu não sou as pessoas que você matou, Sulh. Seu poder dimensional não tem mais efeito sobre mim! — Explicava Amynah

Os ventos começaram a se espalhar em volta da montanha, carregando consigo um presságio de conflito iminente. Amynah, a mensageira dos ventos, olhava fixamente para Sulh.

De repente, uma fissura luminosa rasgou o ar. Sulh, com seu terrível poder começou a distorcer a realidade ao seu redor. Os olhos das duas se encontraram, cada uma carregando a determinação de seu propósito.

— Sulh, você não deveria ter vindo para o Leste. Estas montanhas sagradas não são um campo de batalha para tua desordem.

— Você é sempre tão previsível com suas palavras. Você pensa que pode deter o caos com tua brisa suave, Amynah?

— Não subestime a força dos ventos. Eles carregam mais do que palavras; eles carregam destinos.

— Destinos são apenas ilusões, criado por aqueles que temem o verdadeiro poder. Hoje, essas montanhas conhecerão a verdadeira face do caos.

Com um gesto rápido, Sulh abriu um portal, lançando raios obscuros em direção a Amynah. A mensageira dos ventos respondeu com igual rapidez, criando um turbilhão de vento que desviou o ataque para longe.

— Suas habilidades são impressionantes, mas o caos não pode prevalecer sem controle.

— Controle também é uma ilusão! O caos é a única verdade!

Sulh avançou, abrindo múltiplos portais ao seu redor, lançando ataques de todos os ângulos. Amynah ficou surpresa com a quantidade de ataques simultâneos e saltou entre os portais, usando o vento para desviar e contra-atacar. Cada vez que Sulh atacava, Amynah respondia com uma força equilibrada, as duas lutavam mortalmente entre as dimensões.

— Por que escolheu este caminho, Sulh? Havia um tempo que você defendia o Oeste, uma região pacífica e mantinha o equilíbrio entre os clãs.

— Equilíbrio é uma prisão! Eu descobri o verdadeiro poder na liberdade do caos. Não há limites, não há regras. Só força! — A energia do caos havia se apossado da consciência de Sulh.

— A liberdade sem controle leva à destruição. Eu não permitirei que destruas tudo o que amamos!

Sulh, irritada pela resistência de Amynah, invocou um portal gigantesco, de onde emergiram criaturas de pura escuridão criadas com o poder do caos, avançando contra a mensageira dos ventos. Amynah, sem hesitar, abriu outro portal, liberando uma tempestade de fogo e gelo que varreu as criaturas, dispersando-as em partículas.

— Você é muito poderosa, Sulh, mas não é invencível. O caos não pode existir sem ordem. Esta batalha só pode ter um fim.

— Então venha, Amynah! Mostre-me o poder dos ventos! Mostre-me se podes realmente parar o caos!

As duas se lançaram uma contra a outra, seus portais entrelaçando-se em um espetáculo de luz e sombra, vento e escuridão, fogo e gelo. A batalha parecia interminável, cada golpe mais feroz que o anterior, até que, em um momento de pura clareza, Amynah canalizou todo o poder dos ventos em um único ataque, fechando todos os portais de Sulh simultaneamente e anulando brevemente os ataques dela.

Sulh observou o que Amynah havia feito e reconhecia o empenho dela.

— Sulh, O caos e a ordem precisam coexistir, ou ambos destruirão um ao outro.

— Talvez haja verdade em tuas palavras, Amynah... Mas o Leste precisa pagar pelos seus crimes!

Sulh fechava os olhos e o ambiente em volta dela começava a mudar novamente. Gabryelle no castelo dos ventos sentia a energia poderosa de Sulh que voltava a aumentar e temia pela segurança de sua filha.

— Estou cansada de ficar presa por estes selos que privam minha evolução, me perdoe pai, mas eu não sou mais uma criança. — Ao falar estas palavras uma safira saía da testa de Sulh e ela a quebrava.

>> 37. A Terrível Batalha – Amynah vs Sulh

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