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Witc corria pela floresta com o pensamento fixo no que estava acontecendo e ainda não entendia como Sulh tinha sido controlada tão facilmente sem nenhuma reação. Ele estava tão distraído que não percebeu que havia alguém mais à frente.

Lobos começavam a uivar em todas as direções.

- Lobos? – Indagava

- Witc, você está bem? – Perguntava Gyna

- Gyna? – Parava e olhava para atrás.

- Você está indo para o Sul sozinho?

- Sim, preciso reverter uma situação de emergência.

- Witc, você não acha que está sendo precipitado agindo dessa forma? Eu sei que você ama essa pessoa, mas está havendo uma guerra lá fora, o Oeste está desorganizado, não temos líderes e nossas guardiãs apesar de serem habilidosas, elas são novas.

- Vocês são fortes e as que lutaram, lutaram bem. – Respondia Witc

- Lutaram pois atacaram seus portais, mas se o ataque fosse planejado e organizado por outro clã, será se o resultado teria sido o mesmo? Você viu como ficou Myllene e Klaudya? Quase morreram! Se elas tivessem controle em uma luta elas não teriam se machucado tanto. Isso é falta de liderança!

- Elas são assim mesmo, Gyna.

- Elas são suas amigas! Nós somos suas amigas desde quando você nos ajudou a entender o que somos! Isso está além de sua namorada! Nós somos sua família, nós somos tudo o que sobrou para nós mesmos! E você quer destruir isso por causa de uma única pessoa que desejou terminar com você por causa dos caprichos da família dela!

- Ela não fez isso por decisão pessoal, mas porque foi forçada. – Respondia Witc

- E você está fazendo isso por racionalidade ou por impulso? – Perguntava Gyna

- Você está certa, Gyna. Diga, o que você quer que eu faça?

- Que você nos lidere para a terrível guerra que está se aproximando contra nós, que você nos ajude a defender nosso povo e que possamos vencer esta guerra pelo bem das pessoas inocentes!

- Eu não gosto de liderar pessoas, Gyna.

- Witc, eu morreria por você e sei que as guardiãs fariam o mesmo por você pois todas nós devemos alguma coisa pra você. Nos lidere, nos una, vamos lutar juntos! – Falava Gyna

Witc carinhosamente sorria para Gyna e aceitava a ideia dela.

Norte...

- Eu não irei morrer nesse lugar! – Falava Sibelly enquanto caía junto com Richelly.

 - Richelly quando estivermos perto do solo irei criar uma enorme barreira de gelo para que possamos deslizar sobre ela até o solo, porém acho que iremos sofrer danos devido a velocidade que estamos caindo. — Explicava Sibelly

- Não importa se iremos sofrer danos, só não podemos morrer!

- Olhe, estamos nos aproximando! – Alertava Sibelly

Uma nevoa era formada em volta de Sibelly e Richelly e uma barreira de gelo surgia em volta dos corpos delas e as duas se chocavam violentamente ao solo, mas a barreira de gelo teve apenas algumas rachaduras.

Sibelly começava a manipular o fogo de dentro pra fora da barreira de gelo e a derretia completamente. Então ela formava chamas em volta da barreira onde estava Richelly e a derretia também.

Com o impacto, Richelly havia machucado seu braço esquerdo, mas ela se sentia bem apesar da adversidade.

- Precisamos seguir com nossa missão! – Falava Richelly

- Vamos! – Corriam.

Em outra parte do Norte próximo a entrada do castelo principal chegavam Cinthya e Polyana

- Veja! Estamos a um passo para capturar a princesa da morte! – Falava Polyana

- Você não acha estranho não haver ninguém na entrada desse castelo? – Perguntava Cinthya

- Isso não importa! Só temos que cumprir nossa missão!

- Na verdade, isso importa muito pois vocês morrerão tentando alcançar o objetivo desta missão fracassada. Vocês não podem pensar que invadiriam o Norte e sairiam com vida daqui – Falava Klymene que estava sentada na parte mais alta do castelo observando suas inimigas.

Polyana e Cinthya olhavam para cima, elas não tinham notado a presença da guardiã

- Quem é você? – Perguntava Polyana

- Eu sou uma mensageira das deusas, meu nome é Klymene e os seus? – Perguntava

- Eu sou Polyana e essa aqui é a Cinthya

- Vocês têm nomes bonitos, mas o destino de vocês não é promissor. – Falava Klymene

- Você fala muito para uma pessoa que está apenas sentada diante de uma luta! – Polyana pulava em velocidade até onde estava a guardiã e aparecia na frente de Klymene dando um soco potente.

- Você não precisava subir até aqui, eu estou em um solo sagrado e você está sujando esse local. – Falava enquanto segurava o golpe de Polyana com apenas um dedo.

- Impossível! Ela deteve o golpe de Polyana com apenas um dedo! – Ficava surpresa Cinthya

- Não fique surpresa com isso, eu nem estou usando minhas habilidades, estou agindo normalmente. – Explicava Klymene

- O que você disse? – Perguntava Polyana assustada.

- Vocês profanaram o Norte com essa invasão tola, irei usar os corpos de vocês como sacrifícios para as deusas do Norte. – Falava Klymene

- Você fala muito! – Se preparava para atacar.

- PARALISIA

Nesse momento Cinthya usava sua habilidade de velocidade para dar um golpe mortal em Klymene enquanto Polyana havia paralisado ela.

- Vocês ainda não entenderam o que eu falei? – Perguntava Klymene

Ao ouvirem isso as guardiãs do Leste percebiam que seus corpos estavam presos por uma corrente dourada e que isso as puxavam para baixo.

- Desde quando isso está preso ao meu corpo? – Perguntava Polyana.

- Desde quando vocês chegaram aqui diante de minha presença vocês estão sob meu controle. Vocês estão no Norte, nenhum invasor sai daqui com vida, vocês não serão lembradas, não haverá honra no que vocês fizeram, nunca mais retornarão para suas moradias, não verão suas famílias e nem seus amigos, seus corpos serão adubo para o Norte, vocês serão sacrificadas para as deusas para acalmar a ira delas.

Cinthya e Polyana ao ouvirem o que Klymene falava percebiam seriedade nas palavras dela. Klymene estava sentenciando elas e falava isso normalmente como se ela tivesse o controle do destino delas nas mãos.

- Quando decidimos entrar no Norte nós já estávamos cientes e preparadas para morrer. Sabíamos que invadir aqui poderia ser um caminho sem volta. Guardiãs não devem temer seus destinos, nós devemos fazer de nossas vidas uma ferramenta para ser usada. – Falava Cinthya

- Foi a princesa de vocês que invadiram nossas terras. Ela matou pessoas inocentes, causou destruição, fez famílias sofrerem, crianças perderem seus pais. Estamos aqui para levá-la e julgá-la pelos atos repugnantes cometidos por ela. – Explicava Polyana.

- Por anos vocês invadiram o Oeste, mataram crianças, destruíram vilas e tentaram se apossar de terras que nunca pertenceram a vocês. Vocês quebraram acordos milenares para obter mais poder. Vocês não estão sendo sínicas ao se fazerem de vítimas quando nossa princesa decidiu colocar um ponto final na ambição maligna do Leste? – Perguntava Klymene

Polyana e Cinthya ficaram caladas e pensativas.

- O Leste está condenado a destruição e nunca mais será parte deste mundo! – Falava Klymene enquanto seus olhos ficavam dourados

Em volta do castelo surgiam colunas, elas estavam organizadas na forma circular e no meio do castelo surgia um buraco de onde saía fogo. Tudo em volta das colunas ficaram em chamas, a temperatura era imensurável. Polyana e Cinthya, encurraladas pelo calor, sentiram a condenação iminente. Klymene, com seus olhos dourados intensificados pela ira, proclamou:

- Pelas deusas do norte, estas almas profanas serão o tributo para purificar o Norte da invasão proibida! Que seus destinos se entrelacem com a escuridão, e que a punição seja a redenção!

Klymene fecha os olhos e atrás dela surge as sombras de duas deusas do Norte enquanto ela comanda seu ataque:

- SACRIFÍCIO NÓRDICO

As colunas de fogo ao redor delas rugiam com fúria, e as sombras dançavam em resposta à execução iminente. O buraco central do castelo, uma abertura para o abismo, parecia consumir a luz restante, enquanto o juízo divino pesava sobre as duas transgressoras.

Polyana e Cinthya, em desespero, trocaram um olhar repleto de arrependimento. O calor das chamas aumentava, e a dor iminente era quase palpável. No entanto, antes que a sentença final fosse proferida, uma voz suave emergiu da escuridão.

- Filhas errantes do Leste, vossas almas podem encontrar redenção através do sacrifício. Aceitai a punição e deixai que vossos sonhos se fundam com o eterno.

As deusas do Norte, ao invés de condenar, ofereciam uma chance de purificação através do sofrimento, mas Polyana e Cinthya revidaram atacando-as.

- Nunca iremos nos submeter ao Norte! – Falava Polyana enquanto usava sua Paralisia contra as deusas.

Cinthya com sua velocidade extrema tentava acertar o corpo de uma das deusas, mas sua tentativa era em vão. Do solo surgiam correntes de ouro que estavam conectadas a Cinthya e Polyana, e paravam os ataques delas e deixavam seus corpos pairados no ar.

- Que estupidez de vocês! – Falava Klymene.

As mãos divinas tocaram Polyana e Cinthya, mergulhando-as em um sono profundo, mas cheio de pesares. Suas mentes, agora cativas da escuridão, não encontrariam paz, mas sim tormento.

O castelo, antes vibrante com vida, tornou-se um cenário sombrio, onde as flores murchavam e as paredes desmoronavam. O buraco central permaneceu como uma cicatriz, testemunhando a punição infligida pelas deusas

Klymene, ciente de que a justiça divina havia sido aplicada, olhou para o Norte e alertou. A mensagem era clara: a invasão a nossa terra não será tolerada! Polyana e Cinthya, agora em um sono eterno de pesadelos, tornaram-se a advertência viva para todos aqueles que ousaram a desafiar as nossas leis divinas.

Ao falar isso, Polyana e Cinthya apareciam adormecidas em uma dimensão paralela entre colunas com chamas, deitadas em mesas de pedras ao lado de flores murchas, elas eram sacrifícios vivos para as deusas do Norte.

>> 16 - Seliny e as chamas divinas