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Interior dos aposentos de Gabryelle, líder do Leste. Zayn, mestre do Leste, adentra sem cerimônia, sua expressão está carregada de fúria.

Zayn: Gabryelle! O que significa isso?! Ilítya, Dafny e Saryna... todas elas estão mortas! Todas elas sob sua liderança!

Gabryelle: Zayn, você não entende. As ações que tomamos foram necessárias para proteger nossa terra, elas morreram com honra, protegendo os interesses do nosso clã!

Zayn: Protegendo? Sem gerenciamento? Mulheres, crianças e idosos indefesos que mal tinham conhecimento do que estava por vir foram mortos dentro do Leste! Isso é proteção para você? Você jogou as guardiãs nos braços da morte! Você deveria estar na linha de frente conduzindo as guardiãs!

Gabryelle ergueu-se com uma aura poderosa, encarando Zayn com olhos tomado pelo ódio ao ouvir as palavras do mestre.

Gabryelle: Não ouse questionar minhas decisões, Zayn! Você não viu o que eu vi. Não presenciou os horrores que o Norte planeja nos infligir. Eles não hesitam em atacar nossos lares!

Zayn: Eu vi o resultado de suas táticas infantis, Gabryelle! Você desencadeou o caos e a morte sobre os nossos! Isso não é justificável!

A atmosfera fica tensa, a energia entre os dois líderes pulsando com violência latente. Zayn avança, os punhos cerrados, pronto para a ação.

Zayn: Se você não agir para corrigir seus erros, eu mesmo farei isso por você! Você pagará por estas mortes com sua própria vida, Gabryelle!

Gabryelle se posiciona firmemente, preparada para a luta iminente.

Gabryelle: Então venha, Zayn. Se é isso que quer, mostre-me sua indignação! Mas saiba que lutaremos juntos ou separados, mas o Norte pagará pelo que fez e pelo que fará!

Uma batalha se inicia entre os dois, cada golpe ecoando pelos aposentos de Gabryelle destrói as paredes. Após momentos intensos de confronto, ambos param.

Zayn: Chega! Não podemos continuar assim. Nossas divergências devem ser superadas por um objetivo maior.

Gabryelle: O Norte precisa pagar. Vamos intensificar nossa guerra contra eles, mostrar-lhes a força e a determinação do Leste!

Apesar das diferenças e do conflito interno, eles se olham com respeito misturado com ressentimento, mas o inimigo em comum os une em um propósito singular: vingança.

Enquanto isso, o penhasco do Leste majestoso e alto, testemunha silenciosa de eras passadas, no alto, os ventos gelados sussurravam segredos, enquanto as sombras do entardecer se estendiam sobre a paisagem. Melyna, com a determinação da missão do norte nos olhos, avançava com passos firmes, o brilho da essência letal pulsando em suas mãos.

Ao mesmo tempo, Malka, guardiã do leste, emergia dos redemoinhos de ar gélido. Seus cabelos balançavam ao ritmo dos ventos que ela controlava com as mãos, e seu olhar sério denotava a gravidade do momento.

Melyna parou, encarando Malka seriamente. — Entregue a princesa Jasminy, Malka. O norte não irá tolerar mais a opressão do leste contra nossa princesa.

Malka responde seriamente. — A princesa não será entregue. Ela servirá de exemplo para que aqueles que ousam nos causar danos.

Ao ouvir o não de Malka, a guardiã do norte atacou, a luta começou com um estrondo. Melyna desferia golpes ardilosos com sua essência que tem o poder de causar hemorragia nos adversários, enquanto Malka tecia os ventos, tentando conter a força letal da adversária. O som do confronto ecoava pelo penhasco, uma sinfonia trágica de poder e desespero.

As ondas de energia colidiam, o ar vibrava com a intensidade dos poderes. Ambas as guardiãs estavam determinadas a proteger seus ideais, cientes do destino trágico que se desenhava à frente delas.

— Você não compreende, Melyna. Não podemos ceder. – gritou Malka, desviando de um golpe certeiro.

Melyna retaliou, sua expressão endurecida. — E você não vê a destruição que isso trará? A essência que carrego não perdoa.

Os golpes tornaram-se mais furiosos, e o chão do penhasco tremeu sob o peso da batalha. Malka lutava para conter a essência mortal de Melyna, enquanto esta buscava atingir seu alvo, cada golpe mais preciso e devastador que o anterior.

Perto do penhasco havia diversos vilarejos. As crianças corriam para se esconderem debaixo das camas, os idosos apavorados não sabiam o que fazer, alguns enfartaram de desespero. O cenário era de medo e loucura.

Em um momento fugaz, as guardiãs se encontraram no ponto mais perigoso do penhasco, olhos nos olhos. Um último vislumbre de compreensão surgiu entre elas, uma troca de entendimento silencioso.

— Não há volta, Melyna. – disse Malka, sua voz ecoando determinação.

Melyna concordou, resignada. — Nem para nós, Malka.

Do corpo de Melyna surgiu uma essência mortal, por suas veias circulavam veneno que nenhum outro humano exceto ela era capaz de resistir e de seu próprio sangue ela criou uma poeira vermelha que rapidamente se espalhou em volta de Malka.

— Você irá morrer guardiã, aqui será sua cova. – disse Melyna.

Malka criou um grande turbilhão de vento e jogou o corpo de Melyna pra cima, parou o corpo dela no ar e jogou-a violentamente no áspero solo do penhasco, ferindo-a gravemente.

Antes que Melyna pudesse reagir, Malka através do vento, perfurou o corpo de Melyna com estilhaços de gelo causando ferimentos fatais.

— Acabou Melyna! – Alertava a guardiã do norte.

Melyna começava a sorrir diante de Malka e falava:

— Você acha que eu partiria deste mundo sem levar o meu inimigo comigo?

SACRIFÍCIO DE SANGUE.

O solo do penhasco estava tomado pela poeira que Melyna havia espalhado antes e ao invocar sua terrível habilidade a poeira entrava pelos poros de Malka dilatando sua pele. Malka começou a sangrar pelo nariz, boca, ouvidos, olhos e por cada poro de seu corpo.

O sangue dela estava ralo e sem vida, o coração começava a falhar, a respiração pesava, ela sentia que morreria e em um último movimento ela correu em direção a Melyna e aplicou nela com todo o poder que lhe restava um soco cheio de ventos, Melyna ainda agarrou-se a Malka apertando-a para quebrar a espinha dorsal dela.

Um último choque de poderes fez o penhasco estremecer. O chão cedeu sob seus pés, e as duas guerreiras, entrelaçadas em sua luta, caíram no abismo, seus corpos desaparecendo na escuridão. No final do penhasco os corpos das duas guardiãs estavam dilacerados pelas diversas estacas de gelo e em volta delas criou-se uma poça de sangue.

O vento gelado ecoou um lamento, testemunha solitária de uma batalha trágica, que agora permanecia apenas como memória nos recantos do penhasco ancestral.

Com um estrondo ensurdecedor, Yoanne chegava através de um portal em cima da estátua das deusas do leste. O portal se abriu sobre a estátua majestosa das deusas. Yoanne emergiu, um ser imponente envolto em um manto sombrio, os olhos brilhando com um espirito frio. À sua volta, nuvens carregadas se aglomeravam, escuridão encobrindo o céu antes tão límpido.

As primeiras gotas das chuvas ácidas começaram a cair, transformando as aldeias em palcos de destruição. Telhados se derretiam, ruas se enchiam com um líquido corrosivo que corroía não só as estruturas, mas também os sonhos e esperanças daqueles que ali viviam.

O choro das pessoas ecoava pelas vielas, o desespero se misturando com o ranger das construções sendo corroídas implacavelmente. Famílias inteiras corriam pelas ruas, tentando encontrar um refúgio inexistente, suas vidas viradas de cabeça para baixo em questão de momentos.

Crianças agarravam-se aos pais, rostos pintados por lágrimas enquanto corriam, procurando em vão um abrigo seguro. Os idosos, que há tanto tempo haviam testemunhado a paz naquelas terras, sentiam agora o desespero da impotência diante da catástrofe iminente.

Os gritos de agonia se misturavam com os estrondos dos telhados desabando, o ar impregnado com o cheiro acre e penetrante da destruição. O desespero se espalhava como uma praga, envolvendo cada alma inocente que se via presa naquele cenário de terror.

Enquanto Yoanne erguia os braços, controlando as nuvens carregadas, a ruína se espalhava sem piedade. Não era apenas a devastação material; era a quebra de laços, a perda de vidas e a destruição dos alicerces de uma comunidade outrora unida.

A esperança era uma luz tênue no meio da escuridão, mas parecia inatingível naquele momento. O coração das aldeias do leste sangrava sob o golpe impiedoso das chuvas ácidas, um pesar profundo e avassalador que marcaria aquelas terras para sempre.

— Isso é o que acontece contra aqueles que são fracos, contra aqueles que prendem nossa princesa. – Falava sem nenhum remorso ao ver incontáveis corpos sem vida nas ruas.

Ao olhar as pessoas mortas por diversas aldeias, Kalanit enlouqueceu e perdeu completamente o controle de seus poderes e correu pelas ruas rastreando quem tinha feito aquilo e se deparou com Yoanne.

— Calma guardiã, você também será derretida! – Sorria Yoanne

<< 22. Encontro de deuses