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Jasminy sente seu corpo sendo perfurado por rosas azuis.

— Rosas azuis são capazes de atingir o inalcançável e realizar nossos desejos e o meu desejo é que você morra, Jasminy!

O coração de Jasminy começava a parar e a princesa da morte cai no chão agonizando sem conseguir respirar.

— O que é isso que está segurando minhas pernas? – Perguntava Gabryelle

As pernas de Gabryelle estavam sendo seguradas por mãos que vinham do solo.

— Ninguém está livre das mãos da morte, Gabryelle. – Falava Tassilya

Gabryelle fazia surgir rosas azuis nas pernas dela. As rosas azuis manipuladas por Gabryelle realizam os desejos pessoais dela podendo causar situações ou desfaze-las.

— Cure-me! Rosas dos deuses. – As rosas desfaziam todos os danos causados nela.

Tassilya liberava uma neblina que curava os ferimentos de Jasminy e interrompia a técnica de Gabryelle, a mesma neblina cobria o corpo de Myrah e lentamente continha a hemorragia causada nela.

— O leste nos acusa de quebrar tratados de paz. Fomos nós que quebramos os tratados ou foram vocês quem fizeram isso? – Perguntava Tassilya

— Nós não invadimos o norte para matar pessoas inocentes. Sua filha entrou no leste e matou famílias. Por que mataram pessoas inocentes que não fizeram nada contra o norte? Se a princesa queria falar comigo, por que não esperou eu chegar para tratarmos do assunto que interessava a ela? – Perguntava Gabryelle

— Vocês invadiram o oeste, mataram pessoas inocentes, quase mataram algumas guardiãs de lá para roubar suas terras. Jasminy como princesa conhece as leis que deveriam proteger civis de guerras ou invasões. Esta mesma lei dar liberdade a qualquer clã agir em cumprimento aos interesses de proteção daqueles menos favorecidos. Nós não quebramos nenhuma regra ao invadir o leste.

— Mas vocês quebraram a mesma lei que defendem ao matar pessoas inocentes. – Gabryelle refutava Tassilya

— Não houve quebra de leis, houve defesa! — retrucou Tassilya, sua voz carregada de convicção. — Seus atos no oeste foram uma afronta, uma provocação que não podíamos ignorar. O norte agiu em legítima defesa de seus interesses, de seu povo e das leis.

— A defesa não justifica a morte de inocentes! — Gabryelle retrucou com fervor, os olhos faiscando com intensidade. — Nossa invasão tinha propósitos claros, não viemos aniquilar vidas indefesas. Vocês interpretaram erroneamente nossas ações e responderam com um ataque desproporcional!

As palavras ecoavam alto. Os argumentos tornavam o ambiente mais tenso, cada líder mantendo-se firme em sua posição. Tassilya respirou fundo, a expressão inflexível indicando sua posição firme.

— O que está feito, está feito. Não há como retroceder. Esta guerra já começou e agora, a única solução é seguir em frente até que um lado prevaleça. Não podemos confiar em acordos que foram quebrados. A batalha não cessará até que um dos lados se curve diante da verdade. – Falava Tassilya

Gabryelle sustentou também sua posição, misturando em seus olhos a certeza que nenhum dos lados iria ceder.

— Se é assim que querem resolver isso, que assim seja. Mas saibam que esta guerra só trará mais dor, mais morte, e no final, não restará vencedor. Estamos condenados a um ciclo interminável de destruição. – Falava Gabryelle

O peso das palavras pairou no ar, como profecias sombrias de um destino já selado. As líderes se encararam, a tensão aumentou, e o eco das decisões tomadas ecoou como um eco triste pelos ventos da cidade, marcando o início de uma guerra que parecia não ter fim.

As duas líderes se encararam, seus poderes estão pulsando ao redor delas, criando um campo de energia carregado. Tassilya exalava uma aura sombria, seus olhos refletindo a frieza da morte, enquanto Gabryelle irradiava uma delicadeza envolta na energia vital das rosas.

— Não subestime a força da morte, Gabryelle. Suas rosas podem ser belas, mas diante da morte, tudo se desfaz — alertou Tassilya, erguendo uma mão envolta em uma névoa escura, convocando essências mortais ao seu redor.

Gabryelle não recuou, sustentando sua postura firme, as mãos delicadamente entrelaçadas com pétalas de rosas douradas.

— As rosas podem murchar, mas suas sementes sempre florescerão novamente. A vida sempre encontra um caminho, até mesmo no mais escuro dos lugares — respondeu ela, e em um gesto suave, fez brotar do chão botões de rosas radiantes, cada uma emitindo uma luz de cores diferentes.

A energia da essência da morte de Tassilya avançou, envolvendo as rosas. As pétalas começaram a murchar e se desfazer, mas, mesmo assim, a energia vital das rosas lutava para se manter.

Gabryelle cerrava os punhos, concentrando-se intensamente. Raios de luz dourada irromperam das pétalas moribundas, tentando romper a essência da morte que as envolvia.

Tassilya sorriu com um vislumbre de triunfo, mas sua expressão logo se transformou em choque quando as rosas, apesar de murchas, desprendiam uma explosão de energia revitalizante. As essências da morte começaram a se dissipar, revelando um brilho radiante.

— A morte não pode suprimir a vida eternamente — disse Gabryelle com sua voz carregada convicção.

Tassilya sentiu que sua essência não estava mais funcionando, sua aura enfraquecendo diante da força das rosas. Por um instante, um vislumbre de dúvida atravessou seus olhos antes que ela desaparecesse dentro da neblina.

Gabryelle soltou um suspiro tenso, ciente de que essa batalha era apenas o prenúncio de uma guerra maior entre as essências que regiam seus clãs. A guerra entre vida e morte, luz e sombras, rosas e trevas, estava longe de encontrar um desfecho.

De repente Tassilya saiu de dentro da neblina que estava em volta da prisão, seu corpo parecendo ser uma conexão da própria morte. Sua presença era avassaladora, emanando um frio glacial que congelava o ar ao redor. Ela se solidificou diante de Gabryelle, olhos refletindo a própria morte personificada diante do leste.

— Você não pode deter o inevitável. A morte é uma certeza, e ela virá para tudo que vive — proferiu Tassilya, sua voz ecoando como um sussurro macabro.

A neblina começava a matar tudo em volta, as rosas de Gabryelle perdiam todo o esplendor da vida que antes transmitia.

Gabryelle recuou, sentindo a pressão esmagadora da presença da morte. Seus poderes das rosas tornaram-se impotentes por um momento diante da força imponente de Tassilya. Mas mesmo com a iminência da morte, um último facho de determinação brilhou em seus olhos.

Com um gesto rápido e preciso, Gabryelle lançou uma rajada de energia das rosas em direção a Tassilya. A energia atravessou o véu das sombras, atingindo Tassilya em cheio. Por um instante, a figura envolta em morte pareceu sentir aquele ataque, um gemido agudo escapando de seus lábios.

No entanto, antes que Gabryelle pudesse prosseguir, Tassilya se desvaneceu em uma névoa escura, se dissolvendo nas sombras que a rodeavam.

— A morte sempre retorna, e com ela, minha presença também — a voz de Tassilya ecoou, assombrando o espaço vazio.

Gabryelle caiu de joelhos, toda a sua energia estava sendo drenada pela presença da morte. Ela sabia que a morte não podia ser derrotada permanentemente, mas tinha conseguido um breve triunfo naquele momento. Mesmo assim, a sensação de que uma guerra maior se aproximava estava cravada em sua mente.

Enquanto recuperava o fôlego, um sentimento de urgência a dominou. Ela precisava reunir seus aliados, preparar suas defesas e fortalecer seus poderes, pois a batalha entre as essências havia apenas começado e a linha tênue entre vida e morte estava prestes a ser testada como nunca antes.

Myrah e Jasminy desapareciam enquanto a morte as resgatavam, os campos floridos do leste estavam tendo suas flores mortas lentamente por onde a imensa neblina deixada por Tassilya passava.

Não havia nada que a neblina não pudesse matar, a própria morte caminhava pela floresta e montes do leste e tudo que ela tocava morria.

Para proteger seu povo, Gabryelle sentava ao chão e em volta dela brotavam diversas rosas azuis, delas saíam suas essências em forma de neblina que carregava o desejo de proteção e restauração de tudo que a morte tocava, Gabryelle iniciava um sacrifício que poderia custar sua própria vida em prol de pessoas inocentes.

<< 27. Kalanit, a guardiã destemida